A abertura total do cruzamento entre as Rodovias PA 275 e PA 160 no final de janeiro está dando o que falar entre a população de Parauapebas, que se divide entre a parcela que achou a obra bonita e aquela que vê problemas de trânsito relacionados ao trecho.
Até maio de 2020 as duas vias se cruzavam em um viaduto. Quem chegava pela PA-275, vindo de Marabá, seguia por baixo da estrutura para ter acesso ao centro de Parauapebas. Quem chegava pela PA-160, vindo de Canaã dos Carajás, passava por cima para ter acesso a outros setores.
Porém o viaduto foi demolido sob o pretexto de embelezar a entrada da cidade – o que surtiu resultado – e também de organizar o trânsito. Neste segundo ponto, entretanto, há controvérsia. O local foi sinalizado com placas e semáforos, mas muitos condutores acreditam que o trânsito está mais confuso, burocrático e inseguro.
Leia mais:Um dos problemas apontados é a proibição, apontada por placas, de se fazer conversão de uma rodovia para a outra. O Correio de Carajás esteve no local nesta sexta-feira (5) e ouviu muitos condutores reclamando da distância do cruzamento até os retornos.
“Achei que não ficou muito bom. Antes tinha retorno mais perto, agora tá muito longe. Não Ficou muito bom, ainda mais com a gasolina aumentando cada dia mais. A gente anda mais e gasta mais gasolina”, reclamou Luiz Carlos de Melo.
Deivison Silva dos Santos trabalha como entregador e no caso dele, cuja profissão se exerce sobre rodas, a distância dos retornos pesa ainda mais no bolso.
“De Canaã pra portaria (da Vale), por exemplo, tem que ir láááá fazer o retorno… tá meio complicado isso e tá muito errado, tinha que ter um retorno mais simples aqui mesmo, organizado pelo semáforo. Tá toda errada essa engenharia aí”, critica, acrescentando que a cada três dias tem gastado R$ 50 em gasolina para abastecer a motocicleta.
Na postagem que a Prefeitura Municipal de Parauapebas fez em redes sociais anunciando a abertura do trecho teve quem elogiasse a beleza da obra, mas também teve gente apontando os problemas identificados já nos primeiros dias.
“Trânsito muito mais lento”, disse Rogerio Aires Penha, cuja opinião é compartilhada por Marta Lima. “Tá igual a cara de quem fez, uma merda a pista, tão estreita que não dá pra passar duas carretas”, postou no Facebook. Greicy Feitosa também se diz preocupada com o tamanho das vias. “Só preparem para os acidente, principalmente quem vem sentido rotatória/shopping e vice e versa, bem na frente da Havan, aquelas entradas estreitas”.
Há, ainda, quem não tenha gostado de ver a substituição do trânsito livre pelo viaduto pela parada obrigatória. “A cidade com mais semáforos do Brasil. Acho que o secretário de transportes vai botar um na entrada da rua da casa dele”, declarou Francisco Duarte. Shalom Girão também questiona o sinal. “Ficou ótimo visualmente, agora esse semáforo criará trânsito, mesmo fora do horário de pico. Os engenheiros de tráfego que fez o planejamento desses semafaro fez realmente o trabalho certo? Fica a pergunta!”.
Outros comentários destacam que o horizonte ficou mais “limpo” com a retirada do viaduto, dando mais visibilidade à cidade.
O município divulgou que até o dia 15 de fevereiro agentes do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT) estarão no local, entre 8 horas e 22 horas, orientando a nova sinalização aos condutores. Em conversa com agentes que atuavam no cruzamento, a Reportagem ouviu que muitos insistem em realizar a conversão proibida e que em breve passarão a ser multados pelo ato. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)