Cosméticos naturais e veganos estão ganhando espaço em Parauapebas junto a consumidores que buscam um estilo de vida mais saudável e são preocupados também com um mundo sustentável, optando, assim por produtos que não são testados em animais. A escolha, entretanto, tem um preço e o valor do item natural ainda é superior ao convencional, o que pode ser um impasse para que mais pessoas venham a aderir à novidade na cidade.
A empreendedora Samia Nunes possui a própria marca de produtos naturais na cidade. Engenheira de produção, por formação, Samia começou utilizando os cosméticos naturais. “Eu sempre busquei me alimentar de uma forma mais saudável e através de leituras fui conhecendo sobre os ingredientes dos cosméticos convencionais, sobre o quanto eles fazem mal para a nossa saúde, para o meio-ambiente, e tomei a decisão de evitar esses produtos”, conta.
De consumidora a criadora da própria linha de produtos, por ter gostado do resultado dos cosméticos, Samia começou o negócio revendendo em Parauapebas marcas naturais já existentes. “Nesse processo da revenda, fui sentindo vontade de produzir, de aprender a tendência do cosmético natural”.
Leia mais:Entre os produtos campeões de venda, conta, figuram o shampoo e o condicionador em barra, o sabonete natural de carvão e o desodorante de carvão ativado, com preços que podem variar entre R$ 30 e R$ 90.
A empreendedora revela que é comum as pessoas questionarem a questão do preço, citando como exemplo o valor do sabonete: “você compra um sabonete de R$ 2 no supermercado e um vegano custa em média de R$ 15 a R$ 20”. Mas ela garante que, apesar da diferença dos valores, o custo benefício do produto compensa. “A maioria dos ingredientes do cosmético natural são óleos e manteigas produzidos de forma orgânica, isso acaba aumentando o valor do produto”.
Devido os conservantes dos cosméticos serem naturais, a validade chega a dois anos, enquanto produtos convencionais a duração chega a dobrar, portanto quem produz os produtos fora da indústria costuma produzir em pequena escala, como é o caso de Samia. “Trabalho mais por encomenda ou produzo em escala pequena justamente devido a essa questão do tempo da validade do produto”.
A engenheira e artista plástica Amanda Gil segue o estilo de vida saudável, sendo uma das pessoas que passaram a consumir os produtos naturais. “Meus cosméticos são todos naturais, como o desodorante, sérum, hidratante facial, máscara, creme de cabelo, sabonete e shampoo. Nem todos são veganos porque alguns às vezes levam cera de abelha”, afirma.
A exceção dos itens naturais da Amanda se restringe às maquiagens e ao protetor solar. “Há mais ou menos seis anos eu comecei a seguir as técnicas do no e low poo (métodos de lavagem capilar que se propõem a cuidar dos cabelos de forma menos agressiva e mais natural possível)”, relata.
Amanda destaca que uma das mudanças para assimilar a decisão foi começar a ler os rótulos dos produtos que adquire. “Aprender a entender o que tinha por trás dos nossos produtos de cabelo, devagar fui observando que tinha muita “maquiagem” nos produtos que eu usava”, explica.
Quanto custa?
Um dos produtos mais vendidos é o sabonete natural de carvão ativado, com óleo de maracujá, que ajuda a controlar a oleosidade da pele. A média de preço é R$ 30. Já o shampoo de alecrim é feito com extrato e óleo essencial do componente, sendo indicado para controlar a oleosidade e caspa dos cabelos, sendo vendido por R$ 50. O desodorante de pedra natural cristal, livre de alumínios, tem média de preço de R$ 45 a R$ 90. (Theíza Cristhine)