Um jovem de 26 anos afirma ter sido acusado injustamente de tentar roubar tênis na loja Avenida, que funciona em um shopping de Parauapebas. A foto e dados cadastrais, como o CPF e o RG do soldador Daniel Jorge dos Santos, estariam sendo compartilhados no grupo de WhatsApp de funcionários da loja.
Daniel e o advogado Victor Leal Pimentel foram à sede do Grupo Correio na última quarta-feira (4), apresentando prints atribuídos ao grupo de WhatsApp de funcionários da loja. Nas imagens, é possível observar que primeiro foi postada a foto do soldador, em seguida a mensagem “tentou roubar na loja hoje. Em seguida, uma segunda foto foi postada, com imagem de uma sacola com vários pares de tênis.
Daniel afirma que é cliente da loja e que se sentiu constrangido, pois a acusação atingiu diretamente o caráter dele. Por isso, pede que o caso seja esclarecido. “A minha imagem está sendo denegrida”, lamentou.
Leia mais:O advogado Pimentel destacou que o cliente está sendo caluniado, sendo imputado a ele um crime que não cometeu. “Como se ele tivesse pego uma sacola com vários tênis e dizendo que ele seria o autor, e com a seguinte frase: tentou roubar hoje na loja”, detalhou.
Pimentel ressalta que o sigilo dele enquanto cliente da loja foi violado e avalia que o fato de ele ser ser negro influenciou na acusação sem provas. “Se tivesse acontecido com uma pessoa branca eu tenho certeza que não teriam divulgado os dados do rapaz. hoje ele tem medo de ir ao shopping. Não lhe deram o direito de se defender”.
O advogado explicou que há dois caminhos a seguir na justiça: o criminal e o civil. Um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado na terça-feira (3), onde específica que tomou conhecimento do ocorrido pelo pastor da igreja que frequenta.
A última vez que Daniel foi à loja foi no dia 10 de outubro, quando fez uma compra no valor de R$ 250,00.
O Correio de Carajás ligou para a loja Avenida pelo número disponível no site às 9h25 de quarta-feira (4), pedindo o posicionamento sobre o ocorrido. Orientaram que a solicitação fosse enviada por e-mail, o que foi feito pela reportagem às 9h50 daquele dia. No entanto, a reposta foi enviada às 10h06, na quinta-feira (5). “Infelizmente não podemos auxiliar nesses casos, sugiro que entre em contato com a loja física onde aconteceu o ocorrido”.
O Correio de Carajás conversou, por telefone, com uma das responsáveis pela loja local, que informou que o cadastro do cliente é da loja Giovanna e não da Avenida, e que ambas são do mesmo grupo, e que nunca chegou a seu conhecimento qualquer informação relacionada ao caso.
Essa mesma responsável pela Loja Avenida disse que estava respondendo pela gerência da Giovanna, mas que não poderia se posicionar sobre o assunto, já que não houve notificação enviada à loja.
Daniel confirmou que seu cadastro é na loja Giovanna, mas garantiu que foi às duas lojas no dia da última compra. (Theíza Cristhine)