Um campeonato interno de Karatê organizado pela Associação Girão de Artes Marciais (Agam) reúne ao longo desta sexta-feira (18), na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nelson Mandela, no Bairro Tropical, em Parauapebas, 45 alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Eles disputam medalhas tanto na categoria kata (movimentos de ataque e defesa) quanto em luta.
Um dos participantes é Jeová Neres de Souza, de 25 anos, aluno da Apae há apenas quatro meses. A mãe, Rosimeire Neres de Souza, conta que eles viviam em uma cidade sem o atendimento especializado e que a vida da família mudou desde que o filho passou a frequentar a entidade.
“É um trabalho maravilhoso, estou adorando o acompanhamento feito com paciência e amor”, diz, relatando que antes Jeová não participava de atividades ao longo do dia e o tédio costumava deixá-lo irritado.
Leia mais:“Ele não fazia nada onde morávamos, ficava zangado, agora faz as atividades dele, todo mundo ama ele e ele ama todo mundo, está ficando uma pessoa cada dia mais maravilhosa, melhorou muito”, diz, acrescentando que a entidade o busca e o deixa na porta de casa diariamente. “Estou muito feliz por meu filho estar aqui”.
A coordenadora da Apae, Evelyn Reis, conta que o campeonato surgiu para mostrar à sociedade que, apesar das dificuldades, os alunos estão interagindo e têm condições de fazerem as mesmas coisas que as pessoas não-deficientes. “Assim como karatê, temos capoeira, zumba e outras atividades”.
Os alunos passam grande parte do dia no local, do café da manhã ao final da tarde. “O campeonato trouxe uma alegria imensa, tudo pra eles é motivo de comemoração e está sendo uma conquista grande para eles”, resumiu.
As aulas do esporte são ministradas por professores da Agam no prédio da Apae. O fundador da associação, mestre Angelberto Rocha Girão, define como “lindo” o projeto social em parceria com a Apae e acredita no esporte como meio de inclusão social.
“Eles (alunos) já competiram antes no Paraense, mas hoje é o campeonato só entre eles. Estamos aqui tentando levar inclusão social para essa criançada”, diz, explicando que os praticantes do esporte são divididos pelo grau de dificuldade de cada um. “Alguns fazem o kata (movimentos) e outros a luta”, finalizou. (Luciana Marschall – com informações de Ronaldo Modesto)