Solidário é um adjetivo que descreve bem Domingos Mendes Júnior. O metalúrgico, de 33 anos, reforma e doa cadeiras de rodas para quem tem alguma deficiência e não possui condições de adquirir o equipamento.
Domingos convive há 10 anos com a paraplegia e a necessidade de fazer a manutenção com frequência na cadeira de rodas. A dificuldade em achar um local especializado para isso o fez desenvolver a habilidade.
Com o passar do tempo, o metalúrgico passou a conhecer a realidade de muitas pessoas que não tinham como se locomover após sofrerem acidentes. “Muitas pessoas ficam em casa por falta de uma cadeira e quando saem precisam contar com a solidariedade dos familiares, são carregados nos braços”, descreve Domingos.
Leia mais:Domingos também é membro do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência de Parauapebas (CMDPDP), um dos fatores que o fizeram ser sensível à causa e querer fazer diferença na vida de quem realmente precisa. O trabalho junto com integrantes do conselho vem possibilitado acessibilidade a pessoas com dificuldade de locomoção.
“Faço manutenção e reforma pela associação, é gratificante, é uma sensação de dever cumprido da gente chegar e entregar a cadeira. A gente vai facilitar a vida da pessoa que necessita da cadeira e dos familiares”, emociona-se Domingos.
O metalúrgico conta que não lembra detalhes do fatídico dia do acidente sofrido. “No início de 2011 sofri um acidente de moto, lesionando a coluna, não lembro do acidente, só sei que bati a cabeça e que um dia eu andava e no outro não”, relata.
Sobre ser solidário, Domingos relembra um fato que o marcou quando descobriu que não poderia mais andar. “Quando eu fiquei paraplégico recebi uma cadeira de doação da patroa da minha mãe, ela me entregou uma cadeira novinha, se para ela não foi difícil, para mim também não está sendo difícil”, alegra-se. (Theíza Cristhine e Adersen Arantes)