Correio de Carajás

Paralisação já começa a afetar o abastecimento na cidade

Em Marabá, mais postos amanheceram com as bombas de combustíveis vazias, enquanto outros, que ainda tinham gasolina e diesel, subiram os preços do litro, que está sendo comercializado a quase R$5. Temendo pela falta, muitos condutores buscaram os postos na sexta-feira (25), formando grandes filas em alguns bairros da cidade. Pessoas relataram inclusive, que alguns estabelecimentos foram fechados ontem, com a justificativa de que tinha acabado o combustível. Porém, abriram nesta sexta (25) com valores mais elevados.

Procurada pelo CORREIO, a coordenadora do Procon municipal, Zélia Lopes, confirmou que recebeu denúncias neste âmbito. “Nós recebemos várias denúncias em relação a um posto, onde as pessoas abasteceram ontem em um valor e que hoje esse valor estaria R$0,30 a R$0,40 mais caro”, confirma.

Segundo ela, as equipes de fiscalização estiveram no estabelecimento para conferir a situação e recolher materiais como nota fiscal. “E estamos trabalhando baseados em uma recomendação ministerial. Porque o Ministério Público entende que até R$5 é permitido, acima desse valor existe a abusividade”, esclareceu, dizendo ainda que os estabelecimentos denunciados já foram notificados.

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Comércio

No entanto, a paralisação não afetou somente o abastecimento de combustível, mas também de alimentos em grandes e pequenos mercados que exibiam, nesta sexta-feira, prateleiras quase vazias, principalmente no setor de hortifruti. O problema vem ocorrendo, porque a maioria dos supermercados compra verduras, legumes e frutas de fora da cidade.

Conforme Neilton de Oliveira dos Santos, um dos administradores do Mix Mateus, localizado na Cidade Nova, não há como reabastecer os estabelecimentos. “Essa paralisação afeta diretamente. Para você ter uma ideia, o hortifruti que chegava duas vezes por semana não está chegando mais”, relatou.

Luciano Moura, que é dono de uma panificadora, diz que apoia a greve [apesar dos transtornos]. “A parte de hortifruti está bem defasada e acho que o impacto ainda não está forte, que ainda vai ficar [pior]. Mas, apesar disso, apoio totalmente a greve, acho que tem que parar o Brasil, porque a gente está pagando um valor absurdo por combustível e alguém tem que fazer alguma coisa”, declarou.

ASPAS

Em nota divulgada em sua página no Facebook, a Associação Paraense de Supermercados (ASPAS) divulgou informativo na quinta-feira (25) sobre o desabastecimento nos estabelecimentos. Confira parte do comunicado:

“A Associação Paraense espera resoluções imediatas para que a população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica. Mas também entendemos que o valor cobrado pelo combustível está muito alto e que os valores precisam chegar a patamares mais justos para toda a população”.

(Nathália Viegas)