Nas últimas décadas, o município de Paragominas, no Sudeste do Pará, vivencia uma revolução no cenário produtivo, se consolidando como uma das cidades mais ricas do Brasil no agronegócio. Hoje, ocupa a 61ª posição entre as 100 cidades, segundo dados divulgados neste ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O estudo mostra, ainda, que Paragominas ocupa o primeiro lugar na Região Norte, com mais de R$ 2 bilhões em valor produzido em 2022. O município tem um grande potencial no setor agrícola e pecuário, tornando-se exemplo nacional de desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade e inovação tecnológica. Todo esse potencial vem crescendo com o apoio decisivo do governo do Estado, que investe em programas de incentivo. Por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), o Estado garante proteção e promoção da agropecuária.
A Adepará trabalha para formular políticas públicas que atendam a produtores rurais de diferentes tamanhos, contribuindo para o crescimento do agronegócio no Estado e garantindo a qualidade de produtos agropecuários.
Leia mais:Líder em grãos – Nesse cenário de transformação, Paragominas deixou no passado modelos produtivos ultrapassados, principalmente na atividade madeireira, para se tornar o maior produtor de grãos do Pará, reunindo 255 unidades produtivas de soja cadastradas na Agência de Defesa. A área plantada é superior a 600 mil hectares, de onde sai uma produção próxima de 600 mil toneladas, representando cerca de 24% da produção estadual.
Hoje, o Pará ocupa a 13ª colocação na produção nacional de soja, com mais de 2,5 milhões de toneladas: 1,75% da produção brasileira.
Entre as propriedades do município está a Fazenda Matsuzaki, do produtor Edival Akito Matsuzaki, membro de uma família de agricultores do município de Tomé-Açu (que abriga uma das maiores comunidades de descendentes de japoneses do País), também no nordeste paraense, desde o ano 2000 vem investindo na produção de soja. Akito, como é mais conhecido, possui 1.150 hectares de plantio, produz 60 sacas de grãos por hectare e constata que a produção na região vem crescendo com o apoio do governo do Estado.
“A Adepará é, além de um órgão fiscalizador, que nos orienta de como utilizar os defensivos agrícolas corretamente e descartar as embalagens para não causar danos ambientais, nos auxilia na questão do vazio sanitário, quando não podemos plantar e devemos eliminar todas as ervas daninhas para não propagar as doenças nas plantações, garantindo a qualidade dos nossos grãos”, informa o produtor.
Akito Matsuzaki também destaca que a qualidade do solo e dos grãos vem sendo aperfeiçoada, por meio dos demais órgãos do Estado, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), que oferece técnicas que garantem um solo mais produtivo.
Defesa – Há três períodos de Vazio Sanitário da Soja no Pará, e a Agência aos produtores que evitem cultivar o grão para impedir a proliferação de pragas. Durante o Vazio Sanitário são proibidos o cultivo de soja e a presença de plantas vivas da espécie nas propriedades. O objetivo é proteger as plantações do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, considerada uma das doenças mais severas na cultura da soja, podendo ocasionar até 90% de perda da safra.
“Nosso trabalho na região é garantir a qualidade das plantações, evitando a entrada de pragas que possam causar prejuízos aos produtores. Assim, realizamos a fiscalização constante nas propriedades para certificar se os produtores estão cumprindo com as orientações. Nosso trabalho é realizar a defesa fitossanitária da agricultura paraense, para que continue em expansão”, destaca a agrônoma e agente fiscal da Adepará, Ruth Souza.
A Agência de Defesa também faz o cadastro anual de produtores, monitora a ocorrência de pragas no período de safra e fiscaliza o cumprimento do Vazio Sanitário e do calendário de semeadura. O cadastro anual de produtores na Adepará permite uma ação mais rápida e eficiente em emergências fitossanitárias e no combate a focos de pragas.
Expansão pecuária – No cenário econômico regional, Paragominas também investe na pecuária, estando em 18º lugar entre os municípios paraenses desta cadeia produtiva, com um rebanho de 404.653 animais.
A Agência de Defesa tem um papel fundamental no desenvolvimento da cadeia, por estar presente em todas as etapas, pautando suas ações em diretrizes dos programas sanitários nacionais, e assim garantindo a sanidade dos rebanhos.
“A Agência de Defesa possui um fundamental papel no desenvolvimento econômico não somente da região, mas em todo o Estado. O principal sucesso da expansão da pecuária no município está ligado diretamente à sanidade animal, por meio da inspeção e controle de doenças, que visam à qualidade dos alimentos de origem animal”, ressalta Josino Gomes, gerente da Unidade Regional da Adepará no município.
“Temos um apoio grande do governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Semas), Emater e Adepará, que sempre está realizando inspeção na fazenda, e com a vacinação, que garante a sanidade do rebanho”, conta o pecuarista Pércio Barros, que tem 1.200 animais em sua criação de gado de elite. Sua propriedade está entre as seis fazendas do município que possuem o bem-estar animal mais evoluído, segundo projeto de sustentabilidade de uma mineradora com atuação local.
Esse nível de qualidade também é reflexo do trabalho que a Agência de Defesa desenvolve na propriedade, incluindo a inspeção dos animais e vacinação assistida. Também mostra que o pecuarista segue todas as recomendações dos médicos veterinários da Adepará. “Os pecuaristas se dedicam à alimentação, sanidade, reprodução e bem-estar animal, sendo responsáveis por fortalecer e movimentar a economia do País. Cumprem uma atividade essencial para a segurança alimentar do Brasil, levando proteína animal à mesa de paraenses, brasileiros e estrangeiros ao redor do mundo”, informa a diretora de Defesa e Inspeção Animal, Adriele Cardoso.
Sustentabilidade – O Programa Estadual de Integridade é uma das principais estratégias de incentivo que o Governo do Pará desenvolve para a cadeia produtiva, ao garantir os avanços do setor pecuário e a qualidade do rebanho, além promover a sustentabilidade e aumentar a renda dos produtores.
O Programa também visa ao controle efetivo do trânsito de cada animal que circula pelo território paraense, tendo como pilares a rastreabilidade e implantação de chips no gado, a fim de preservar a cadeia em todas as fases, da produção à comercialização. Caber à Agência de Defesa a normalização deste processo.
A rastreabilidade também é essencial para manter a preservação sanitária do rebanho, principalmente após a última vacinação contra a Febre Aftosa, prevista para o primeiro semestre de 2024.
O Pará é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como estado livre da febre aftosa com vacinação. A Adepará vem desenvolvendo diversas ações estratégicas previstas no Plano Estadual de Erradicação da Febre Aftosa para obter o novo status sanitário. Das ações, 88% já foram concluídas.
Com um rebanho bovino de 25.946.824 animais, o segundo maior do País, o Pará vai retirar a vacinação e abrir novos mercados para o setor pecuário, ao agregar valor aos produtos cárneos e promover geração de emprego e renda.
(Agência Pará)