Correio de Carajás

Paraenses perguntam sobre expectativas de mudanças com a COP 30

Ao sediar a maior conferência climática do Mundo, Belém passa a ocupar o centro de uma discussão importante sobre a preservação do planeta

O Parque Urbano Igarapé São Joaquim será um espaço de lazer com potencial turístico, econômico, social e ambiental em Belém (Agência Belém)

Belém se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro de 2025. De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes, entre integrantes da ONU, delegações e chefes de estado.

Desde a confirmação da capital paraense como sede do evento global, em maio de 2023, o assunto é pauta de debates nas escolas, universidades, comunidades e grandes centros de tomada de decisão. Nas ruas de Belém, o movimento é intenso com as obras de construção e reformas de espaço, espalhadas por toda a cidade.

Mas… enquanto a COP não chega, é normal surgir dúvidas. Afinal… você sabe o que significa a COP 30? Quais as causas em debate? O que está sendo feito pelas autoridades locais a pouco mais de um ano para a abertura do evento? Qual o legado da Conferência global para os paraenses?

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Para responder esses e outros questionamentos, a equipe da Amazônia Viva convidou leitores de diversas regiões do Estado e foi atrás de respostas junto ao Comitê Estadual da COP 30. Confere só:

Como a COP 30 pode influenciar as políticas de conservação da biodiversidade na Amazônia?

Aila Mendes, Marabá (Sudeste)

(Arquivo pessoal)

A “COP da Floresta” vai permitir que os líderes mundiais vivam a experiência amazônica e, com isso, possam conhecer melhor o modo de vida da população e os desafios da região. Durante o encontro de líderes também haverá a revisão de tratados climáticos internacionais, como o Acordo de Paris firmado em 2016 pelos países membros da ONU para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Então, mais do que fazer com que as comunidades locais se adaptem à mudança climática, a COP 30 tem como objetivo criar políticas para evitar a catástrofe ambiental e, desta forma, proteger os povos da floresta e assegurar seu modo de vida.

De que maneira a COP 30 pode apoiar as comunidades locais da Amazônia na adaptação às mudanças climáticas? 

Gabriel Alfaia, Juruti (Oeste)

 

(Arquivo pessoal)

O Pará é a única federação brasileira com um plano de bioeconomia, incentivando a criação de alternativas de emprego e renda para a população que envolvam baixas emissões de carbono, através da valorização de saberes tradicionais, agregando valor a práticas ancestrais pelo fomento de cooperativas e práticas ambientalmente responsáveis. Só no primeiro ano de implantação do Planbio, o Pará teve 68.333 pessoas impactadas. Com um investimento de R$ 33 milhões, o Planbio contempla 92 ações das quais 20% já foram concluídas e 43,5% estão em andamento, e esse percentual deve crescer: dentre as obras da COP está prevista a construção do Parque de Bioeconomia, que será erguido no Porto Futuro 2 para dar suporte a estas atividades.

Como a COP 30 pode fortalecer as políticas existentes de combate ao desmatamento na Amazônia? 

Renata Santana, Soure (Marajó)

(Arquivo pessoal)

Como sede da conferência, o Pará é um estado que pode servir de exemplo para a comunidade internacional ao apresentar cases de sucesso que podem mostrar para o mundo diversas alternativas para redução de emissão de carbono, combate ao desmatamento e diversificação da matriz econômica em favor da socioeconomia. Entre as conquistas do governo do Pará está a redução de 42% do desmatamento em um ano – a maior redução registrada em toda a Amazônia Legal. Além das ações de comando e controle, o Pará investe na recuperação da floresta através do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, sendo a única unidade da federação a ter um projeto para recuperar a floresta Amazônica. Esta iniciativa avança graças à implementação de ações de recuperação florestal com geração de créditos de carbono.

Quais ações serão tomadas para receber tantas pessoas ao mesmo tempo no setor hoteleiro de Belém?

Amanda Barros, Altamira (Sudoeste)

(Arquivo pessoal)

O governo do Pará trabalha junto ao governo federal para proporcionar alternativas de hospedagem que comportem visitantes de diversos perfis na capital paraense. Entre as soluções para a demanda por leitos em Belém está a contratação de navios de cruzeiro que funcionarão como hoteis flutuantes, a construção de novos hoteis de luxo, a reforma e ampliação da rede hoteleira existente na Região Metropolitana de Belém através de linhas de crédito disponibilizados pelo Banco do Estado do Pará (Banpará), a construção da Vila Líderes para receber representantes de outras nações, o uso de vilas militares e a reforma de escolas que funcionarão durante a COP como alojamentos e plataformas de aluguel de curta duração.

Quais são os legados esperados para o município de Ananindeua em termos de desenvolvimento sustentável e políticas ambientais?

Amalia Paes, Ananindeua (RMB)

 

(Arquivo pessoal)

Entre os benefícios para a Região Metropolitana, o Governo do Estado investe em obras de mobilidade, avançando na construção do BRT Metropolitano e novos viadutos, sendo dois na avenida Mário Covas e dois na rodovia BR 316, que terão ligação com a avenida Independência e a Alça Viária, facilitando o tráfego de pessoas, serviços e mercadorias.

(Fonte: O Liberal)