Correio de Carajás

Pará não registra roubos a bancos na modalidade ‘novo cangaço’ há um ano

Neste domingo (8), Estado também alcança a marca de um ano e 11 meses sem ataques a empresas de transporte de valores

Aumento do efetivo e investimentos contribuem para os bons resultados no combate à criminalidade/Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará

O trabalho das forças de segurança do Pará na prevenção, repressão e na desarticulação de grupos criminosos, garantiu que o Estado pudesse alcançar neste domingo (8), a marca de um ano sem roubo a banco na modalidade ‘novo cangaço’, além de 1 ano e 11 meses sem ataques a empresas de transporte de valores. O resultado reflete a integração, a inteligência e os investimentos, tríplice da política do governo do Pará, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), e das forças de segurança.

De acordo com dados da Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac), vinculada à Segup, em 2024, o Pará atingiu 100% de redução dos casos em relação ao mesmo período (1º de janeiro a 8 de setembro) de 2023, 2022 e 2020. Segundo as informações registradas, o último caso ocorreu em 8 de setembro de 2023, em Viseu, nordeste paraense.

O cenário de roubos a bancos era um dos grandes desafios a serem encarados pela atual gestão de segurança pública, o que ano após ano vem sendo fortemente combatido, como aponta o secretário titular da Segup, Ualame Machado.

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Secretário estadual da Segup, Ualame Machado, recordou, “os paraenses sabem que um dos grandes problemas quando assumimos a gestão da segurança pública eram os roubos a bancos, em especial a modalidade conhecida como o ‘novo cangaço’, em que grupos tomavam de assalto cidades inteiras e o povo ficava à mercê de grupos criminosos”.

“A partir de um trabalho integrado, fortíssima atuação das agências de inteligência, equipamentos modernos, conseguimos reduzir a cada ano esse tipo de crime ao ponto de termos passado o ano de 2021 com zero ocorrências e as outras ocorrências nos demais anos terem reduzido significativamente”, afirmou o titular da segurança pública estadual.

Em 2018, o Pará registrou 19 ações criminosas contra agências financeiras. Em 2019, foram 15 ocorrências; em 2020, o número caiu para 3. Já no ano de 2021, nenhuma ação contra bancos foi registrada; e somente 2 ocorreram em 2022. No ano passado, apenas uma ação foi registrada. Todos os casos foram esclarecidos, com as respectivas autorias identificadas e houve o indiciamento dos investigados.

“A resposta que demos demonstra justamente a assertividade nas ações que contaram com a integração das forças, com foco na inteligência, mas também com grandes investimentos em equipamentos de ponta para auxiliar no trabalho dos agentes”, finalizou Ualame.

Roubos a transporte de valores – Em outra análise, sobre ataques a empresas de transporte de valores (carro-forte), o período sem ocorrência ainda é maior, de acordo com os levantamentos realizados diariamente pela  Siac. O último fato desta natureza ocorreu na Vila Sororó, município de Marabá, em 3 de outubro de 2022.

Os bons resultados refletem a alta expertise adquirida pelas forças, enfatiza o delegado-geral da Polícia Civil, delegado Walter Resende.

“Todo este resultado positivo foi obtido devido a atuação firme e precisa das nossas equipes, através do trabalho de investigação e inteligência que resultaram no êxito das prisões dos envolvidos nessa prática criminosa. Durante esse período foram utilizadas diversas ferramentas investigativas para a recuperação de valores subtraídos, prisão de envolvidos, e desarticulação das quadrilhas que vinham atuando no Pará. Além disto, a união de esforços entre as forças de segurança do nosso Estado e da federação foi fundamental para elucidação dos casos”, ressaltou o delegado-geral Walter Resende.

Ações estratégicas – Os investimentos em inteligência possibilitam investigações ainda mais aprofundadas, além do fortalecimento de estruturas como o da Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e Antissequestro (DRRBA), assim como a criação da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas (DRFC), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Pela Polícia Militar há a qualificação de policiais para o patrulhamento rural, com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), onde constantemente são realizados treinamentos e aperfeiçoamento de técnicas para buscar, localizar e deter de forma segura e eficaz esse tipo de criminoso.

Resolutividade 

No último evento, em Viseu, em menos de 72h, as forças de Segurança Pública de forma integrada localizaram os 6 envolvidos na ação criminosa. Três pessoas foram presas em flagrante e três vieram a óbito, após confronto com as equipes policiais.

Foram apreendidos vários armamentos, dentre eles fuzis e espingardas, munição, explosivos, coletes balísticos, dinheiro, dentre outros materiais utilizados pelos criminosos. Em atuação da DRRBA, todos os 9 envolvidos neste episódio foram identificados, localizados e colocados à disposição da justiça.

“Nos últimos anos, a Delegacia Especializada tem utilizado ações integradas com outros órgãos de segurança pública, parceria com instituições financeiras, troca de informações com outras polícias e instrumentos de inteligência e investigação para identificar criminosos e desarticular quadrilhas envolvidas em roubos a bancos no Pará. Essas ações têm sido fundamentais para reduzir significativamente esse tipo de crime no Estado”, sinalizou o titular da delegacia de roubos a banco, delegado Felipe Castro.

Neste período do último ano, mesmo sem ocorrências de crimes violentos contra Instituições Financeiras e Empresas de Transporte de Valores, a DRRBA se manteve atuante e realizou o cumprimento de 37 mandados de prisão de envolvidos nesses tipos de crime, entre os anos de 2023 e 2024.

Comitê Integrado – Para atuar de forma preventiva, o Estado instalou em fevereiro de 2022 o Comitê Permanente de Enfrentamento às Ações Criminosas Contra Instituições Bancárias e Transportes de Valores, durante a reunião do Comitê de Gestores de Segurança Pública (CIGESP).

O comitê segue a metodologia com base em quatro principais eixos de ações que servem como base para determinar as estratégias e decisões deliberadas pelo grupo, dentre elas a normatização dos procedimentos operacionais padrão, onde as unidades de inteligência atuarão na prevenção dos eventos, bem como, no monitoramento das organizações criminosas.

Outro eixo engloba também, os investimentos em tecnologia, comunicação e armamentos para o fortalecimento das atividades institucionais, e ainda na capacitação com a formação de cursos específicos para o aperfeiçoamento dos agentes que atuam nas unidades, tanto de inteligência quanto operacionais.

(Agência Pará)