Correio de Carajás

Pará: Mulheres têm mais empregos, mas ainda menores salários

Entre janeiro e dezembro do ano passado, 2018, foram feitas em todo o Pará 272.549 admissões contra 257.263 desligamentos, gerando um saldo positivo de 15.286 postos de trabalhos. Destes, 79.854 admissões e 75.879 desligamentos foram apenas de postos de trabalho femininos, ou seja, um saldo positivo de 3.975 postos de trabalhos.

Os dados são do escritório regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que os divulgou em decorrência do Dia da Mulher, lembrado nesta sexta-feira (8). O estudo sobre a mulher no mercado de trabalho formal no Estado do Pará é baseado em dados oficiais do Ministério da Economia e o relatório traz o balanço sobre a flutuação de postos de trabalhos formais femininos por setores de atividades econômicas entre janeiro e dezembro do último ano, 2018.

Segundo análises do Dieese/PA, no ano anterior, 2017, a situação foi inversa. Entre janeiro e dezembro, foram feitas 73.600 admissões formais femininas, contra 77.106 desligamentos, gerando saldo negativo de 3.506 postos de trabalhos.

Leia mais:

Em 2018, aponta o estudo, a maioria dos Setores Econômicos do Estado apresentou recuo na geração de Empregos Formais Femininos, no comparativo entre admitidas e desligadas, com destaque para o Setor Comércio com a perda de 216 postos de trabalhos, seguido do Setor da Construção Civil com a perda de 62 postos de trabalhos; Setor da Indústria de Transformação com a perda de 60 postos de trabalhos; Setor Serviço Indústria e Utilidade Pública com a perda de 39 postos de trabalhos e do Setor da Administração Pública com a perda de 36 postos de trabalhos.

Acontece que no mesmo período, outros setores apresentaram saldos positivos, com destaque para o Setor Serviços. Apenas ele gerou 4.209 postos de trabalhos, responsável pelo saldo positivo alcançado. Foi seguido do Setor Extrativo Mineral com a geração de 101 postos de trabalhos e do Setor da Agropecuária com a geração de 78 postos de trabalhos.

A educação e capacitação, aponta a entidade, é a responsável pelo crescimento das vagas ocupadas por mulheres não apenas no Estado do Pará como também no restante do país. Dados oficiais do Ministério da Economia apontam que no último ano, por exemplo, de um total de 79.854 admissões formais femininas ocorridas no Pará, mais de 80% tinham escolaridade do Nível Médio Completo ao Superior Completo.

Quando analisado o rendimento delas, entretanto, o cenário ainda é decepcionante e elas continuam recebendo menos que eles para exercer o mesmo tipo de atividade. Em alguns locais e setores de ocupação, aponta o Dieese, a diferença salarial pode chegar a 40,00% entre homens e mulheres exercendo o mesmo tipo de serviço. (Luciana Marschall)