Correio de Carajás

Pará fecha 2023 com alta as exportações de minérios e soja

Terceiro maior exportador do país, estado teve alta nas exportações de 3,5% em comparação a 2022. Foram US$ 22,258 bilhões de receitas com produtos levados para o exterior.

Em 2023, o setor mineral manteve 84% de participação nas exportações paraenses

O Pará exportou US$ 22,258 bilhões fechando o ano de 2023 com variação positiva de 3,45% em relação a 2022. Os setores da mineração e soja tiveram alta e o da exportação de carne bovina e madeira registraram queda.

Ao todo, foram exportadas 179 milhões de toneladas de produtos exportados, deixando o estado como maior exportador da região Norte e segundo maior da Amazônia Legal.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, divulgados pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Pará (CIN/Fiepa).

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No ranking nacional, o Pará ficou na terceira colocação em saldo, com US$ 20,345 bilhões, atrás dos estados do Mato Grosso e Minas Gerais. O estado também manteve a sétima posição em valor exportado.

Nas importações ficou na 17ª posição no país, com valor de US$ 1,912 bilhões; foram 3,6 milhões de toneladas e queda de -30,19%.

Mineração

Em 2023, o setor mineral manteve 84% de participação nas exportações paraenses. Os destaques foram para o minério de ferro, que exportou mais de US$ 12,9 bilhões, apresentando variação positiva de 1,45% e mais de 161 milhões de toneladas que tiveram como principal destino a China; e o cobre que exportou mais US$ 2,452 bilhões, com crescimento de 41,15%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, tendo como principal comprador a Alemanha.

Outros produtos que fecharam em alta em 2023 foram:

– a soja, que exportou US$ 1,657 bilhão, com 3.198.506 toneladas vendidas principalmente para a China, apresentando crescimento de 18,55% no período;

– o palmito, que apresentou variação positiva de 4,59%, com volume de US$ 739.406 mil exportados principalmente para os Estados Unidos;

– e as sementes de gergelim, que apresentaram um crescimento de 355,28%, com valor exportado de US$ 59.876.121 milhões, tendo como principal destino a Índia.

VERTICALIZAÇÃO

O presidente da FIEPA, Alex Carvalho, avalia que “apesar dos números positivos na exportação, os resultados poderiam ser potencializados com maior verticalização da produção e por meio de investimentos em infraestrutura, pesquisa, inovação e qualificação de mão de obra”.

“Entendemos que os resultados das exportações são positivos, mas do ponto de vista do setor industrial, não poderíamos deixar de lamentar o fato de que a economia paraense ainda é composta, quase que unicamente, pela venda de commodities, que são produtos de baixo valor agregado para o mercado internacional”.

Carvalho explica que as exportações são “riquezas naturais que poderiam estar sendo transformadas em bens de consumo com retornos altamente relevantes para a nossa economia”.

“Precisamos urgentemente avançar na melhoria da infraestrutura, encampando políticas públicas, a começar pela regularização fundiária, que o tornem mais atrativo para a implantação de novas indústrias e que propiciem a verticalização da produção local, ampliando a oferta de produtos com melhor valor agregado e internalizando mais as nossas riquezas”.

PRINCIPAIS DESTINOS

Os principais destinos das exportações do Pará, de janeiro a dezembro de 2023, foram a Ásia, União Europeia, América do Norte e Oriente Médio. O volume de negócios atingiu mais de US$ 20 bilhões.

Da Ásia, o país que mais comprou do Pará está a China, com US$ 11.186.158.808 bilhões; do bloco da União Europeia, a Alemanha apresentou acumulado de US$ 683.867.135 milhões; da América do Norte, os Estados Unidos importaram US$ 794.682.482 milhões; e do Oriente Médio, Omã foi responsável por US$ 273.578.668 milhões.

No cenário nacional, impulsionadas pelo setor mineral, as cidades paraenses que mais exportaram foram:

– Parauapebas, com US$ 6.750 bilhões;

– Canaã dos Carajás, com US$ 6.400 bilhões.

As duas cidades, que concentram grandes projetos minerários, ficaram atrás apenas das cidades do Rio de Janeiro (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Paranaguá (PR).

Também aparecem Barcarena (US$ 2.680 bilhões), Marabá (US$ 2.109 bilhões) e Paragominas (US$ 749 milhões).

A capital Belém ficou em 12º lugar no ranking Brasil, com US$ 206.364.348 milhões, no valor total exportado no período de janeiro a dezembro de 2023.

PRODUTOS EM QUEDA

No consolidado do ano, fecharam em baixa:

– a madeira, com -39,39% e US$ 212.858.782 milhões exportados;

– a carne de bovinos, com -22,09% no período, e valor exportado de US$ 505.792.914 milhões.

– os sucos de frutas, com -1,14 % e US$ 73.287.463 milhões exportados;

– os peixes, com US$ 69.286.633 milhões exportados e queda de -11,49%;

Daniel Freire, presidente do Sindicato da Carne e Derivados do Estado do Pará (Sindicarne), afirma que o resultado acompanhou a queda do preço da arroba do boi, aliada às variações que a commodity carne costuma apresentar no mercado internacional.

“Tivemos o autoembargo da nossa carne à China quando deixamos de embarcar carne para lá no primeiro trimestre. Apesar da variação de preços dessa commodity, existem mercados mais atrativos do que outros, então para blindar o setor das grandes oscilações, precisamos acessar o maior número de países possíveis para a carne do estado, assinando protocolos sanitários de formas a liberar essa exportação”. (Com G1)