Correio de Carajás

Pará consolida protagonismo dos povos indígenas com a Aldeia COP

Governo do Pará, por meio da Sepi, garante hospedagem digna e agenda cultural aos representantes dos povos indígenas na COP30, em parceria com o Governo Federal e organizações representativas

Secretária Puyr Tembé e representantes de povos indígenas do Pará/Foto: Jaelta Souza/ Ascom Sepi

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, terá grande participação de povos indígenas, com previsão de cerca de 3 mil pessoas, de diferentes lugares do Brasil e do mundo. Para assegurar acolhimento adequado e protagonismo, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), articula a criação da Aldeia COP – estrutura voltada à hospedagem e realização de atividades culturais, políticas e espirituais durante o evento.

A iniciativa utilizará a infraestrutura da UFPA, em uma área de 72.695 metros quadrados (m²), que passará por obras coordenadas pelo MPI para garantir melhores condições de recepção.

Além da Aldeia COP, a Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP30, organizada pela Sepi em articulação com movimentos e lideranças indígenas, percorreu as oito etnorregiões do Pará como parte da preparação do Estado para a conferência. A ação promoveu escuta, diálogo e mobilização das comunidades, conectando diretamente as vozes indígenas aos debates globais sobre clima, territórios e justiça socioambiental.

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Foto: André Guajajara/ Divulgação

Marco histórico – Para a secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, as iniciativas relacionadas aos povos indígenas têm caráter simbólico e estratégico. “A Aldeia COP é um marco histórico para nós, povos indígenas. O Pará, por meio da Sepi, tem a honra de ser parceiro dessa construção junto ao Ministério dos Povos Indígenas e demais organizações, para que nossas lideranças possam estar presentes e incidir diretamente nos debates globais sobre o clima. A COP30 será um momento de afirmação: o futuro da Amazônia e do planeta depende também das vozes indígenas”, destacou a secretária.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ressaltou o caráter de intercâmbio cultural do projeto. “A Aldeia COP30 terá a nossa identidade indígena e será uma referência da diversidade de povos do Brasil, aberta à visitação de todos que quiserem conhecer mais sobre os povos indígenas. Ali vamos receber também os parentes internacionais. Estamos organizando tudo com muito carinho, para que seja um lugar bonito, digno, com ótimo acolhimento e com uma agenda totalmente conectada às discussões da conferência. Vamos construir a maior e melhor participação indígena na história das COPs”, assegurou a ministra.

A mobilização conta ainda com o engajamento da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), fortalecendo a logística e garantindo ampla representatividade. Com a Aldeia COP e a Caravana, o Pará se consolida como referência na Amazônia na defesa dos direitos indígenas, na proteção dos territórios e na construção de soluções coletivas para enfrentar a crise climática.

(Agência Pará)