Correio de Carajás

Pará admite transmissão comunitária do temido coronavírus

Esta segunda-feira (30) foi de grande movimentação no perfil institucional da Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) no Twitter e em seu portal na internet. Isso porque nada menos que seis casos da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, foram confirmados pela pasta no estado (e o número ainda pode aumentar).

O dia começou com o anúncio de uma mulher de 68 anos que testou positivo para a doença. Residente em Belém, ela esteve em Goiânia e integra o grupo de risco, das pessoas acima de 60 anos de idade.

Mais tarde, no início da noite, a Sespa confirmou três casos de uma só vez. Todos em Belém. Uma das pacientes, de 55 anos, entrou em contato com um caso confirmado na capital. Um homem de 53, por seu lado, não alegou histórico recente de viagem e segue em investigação.

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Poucos minutos depois, a secretaria divulgou mais dois casos confirmados. Desta vez, um homem de 34 anos, de Belém, que também não relatou viagem recente, e outro de 29, que mora em Ananindeua, mas esteve na Suíça, França e Portugal. Este entrou em contato com os pais, que testaram positivo.

Conforme ponderou o governador Helder Barbalho em pronunciamento no Palácio dos Despachos, como um dos pacientes diagnosticados com a Covid-19 não tem histórico de viagem para fora do estado, ou contato com pessoas infectadas, o Pará já registra casos de transmissão comunitária da doença.

“Com esse caso de hoje, o Pará passa a ter, oficialmente, a transmissão comunitária do vírus. Antes, o Pará só possuía casos importados de outros estados e países. Tínhamos também transmissão local, mas sabíamos a origem da infecção”, declarou Helder.

O Pará possui 26 casos confirmados no total, além de 688 descartados e 47 sob análise, segundo o último boletim da Sespa, emitido às 18h30 desta segunda-feira.

ENTENDA

A transmissão comunitária é uma modalidade de circulação na qual as autoridades de saúde não conseguem rastrear o primeiro paciente que originou as cadeias de infecção, ou quando esta já envolve mais de cinco gerações de pessoas.

Ela difere dos casos importados (quando uma pessoa adquire o vírus em viagens ao exterior) e da transmissão local (quando alguém é contaminado por contato com um infectado em outro país). As situações de transmissão comunitária significam que o vírus está mais disseminado, demandando cuidados mais efetivos.

Quando há transmissão comunitária, a orientação é de isolamento por duas semanas de pessoas com sintomas e das que moram no mesmo espaço de quem apresentou sinais da infecção. Isso implica ficar definitivamente em casa e evitar a todo custo não apenas aglomerações, como a circulação fora de casa. (Da Redação)