Correio de Carajás

Pai de Isabela faz busca desesperada pela filha

O genitor da menina diz acreditar que ela ainda pode estar viva e pede ajuda a todos. Por sua vez, o Disque Denúncia oferece R$ 2 mil por informações.

Ademar de Souza Mendes, pai biológico da pequena Isabela Lima Mendes Amaral, que está desaparecida desde o dia 8, está encampando uma busca desesperada pela filha. Ele já registrou Boletim de Ocorrência, vem fazendo buscas com voluntários e procurou o Grupo Correio. Ademar tem esperanças de encontrar a filha com vida e diz que nunca, jamais, imaginou que uma tragédia, como essa envolvendo sua filha, pudesse acontecer.

Isabela é filha de Gleiciane Lima Rabelo Amaral, que foi encontrada morta em casa, na Folha 16, no último dia 11, cujo principal suspeito era seu esposo Eliezer Almeida Amaral, que cometeu suicídio duas horas depois de o corpo da mulher ter sido achado. Desde então a menina vem sendo procurada.

Isabela foi vista no último dia 8, ainda na companhia do padrasto/ Foto: Divulgação

Ademar veio de Parauapebas em busca da filha e, em conversa exclusiva, com este CORREIO, disse que a última vez que conversou com Isabel foi em dezembro deste ano. Ele está desesperado. “Eu quero pedir apoio a toda a população de Marabá que me ajude a encontrar minha filha, olhem nos lotes vazios, um cômodo fechado, uma coisa assim”, suplicou, ao agradecer às autoridades policiais e às pessoas que de forma voluntária têm ajudado nas buscas.

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Ele também implorou para que as pessoas parem de passar trotes e espalhar notícias falsas sobre o paradeiro da criança. “Têm pessoas que ainda brincam com a situação. Esse é um momento difícil pra mim. Quem é pai sabe o que eu estou passando”.

Perguntado se ainda tem mesmo esperança de encontrar sua filha com vida, Ademar ponderou que, apesar do passar dos dias e com isso a angústia o assole ainda mais, ele ainda acredita que Eliezer pode ter deixado a criança com alguém. “Eu peço esse alguém que estiver com minha filha, que entregue pra mim; não vai ter problema nenhum”.

Perguntado se tinha contato com Eliezer e se imaginou que algum dia uma coisa como essas poderia acontecer. “Como estava nas redes sociais, era assim pessoalmente, uma vida invejável. Um bom pai de família, um bom esposo, não tinha nada que o desabonasse. Foi uma surpresa”, afirma.

Perguntado se Gleiciane havia comentado algo sobre a relação dom Eliezer, Ademar respondeu que recentemente ela e Isabela passaram uma semana na casa dos pais de Gleiciane, na zona rural, quando tiveram oportunidade de comentar sobre algo, mas nunca disseram nada.

Afastamento

Apesar de ter sido muito cuidadoso nas palavras, durante sua entrevista, Ademar relatou outros fatos para a Polícia Civil, quando prestou depoimento. Ele disse que Isabela vinha se afastando cada vez mais dele, ao passo em que ficava cada vez mais próxima de Eliezer.

Ademar contou que isso começou a ocorrer no ano de 2019, Eliezer pediu a guarda compartilhada de Isabela. “Ela passou a se distanciar mais de mim e não queria mais sair na minha companhia, eu prometia uma coisa pra Isabela e eles prometiam uma coisa melhor do que a minha e isso pode ter influenciado”, declarou.

Para a polícia, Ademar disse que, quando esteve em Marabá, em dezembro do ano passado, percebeu que a filha estava sendo bem tratada, mas cada vez mais distante dele. “Ela ficava no colo do Eliezer, segurando o pescoço dele e beijando ele”, relatou.

Apesar dos boatos que insinuam possível abuso cometido por Eliezer contra Isabela, em momento algum Ademar deixa isso transparecer em suas declarações. Sua preocupação era mesmo com o afastamento da filha e seu vínculo cada vez mais forte com o padrasto.

Recompensa de R$ 2 mil

O Disque Denúncia Sudeste do Pará divulgou na noite desta segunda-feira, 16, uma recompensa de R$ 2 mil para quem tiver informações que levem à localização da menina.

Quem apresentar denúncias terá seu anonimato garantido. O denunciante irá receber um código que poderá ser usado para adicionar novas informações e acompanhar o andamento da denúncia. No caso de uma das denúncias levarem ao encontro da menina, o denunciante retornará o contato fornecendo o código para receber a recompensa. O responsável pelo pagamento é o Instituto Brasileiro de Cultura e Cidadania (ONG-IBCC).

(Chagas Filho com colaboração de Luciana Araújo)