📅 Publicado em 30/12/2025 16h40
Uma paciente jovem, residente na zona rural de Marabá, morreu dentro do Hospital Municipal de Marabá (HMM). A prefeitura alega que o hospital fez tudo que estava ao seu alcance. Mas um vídeo mostra a vítima sendo socorrida por outros pacientes e acompanhantes, enquanto enfartava. O mesmo vídeo também desmente a versão da prefeitura sobre a ordem dos acontecimentos que antecederam a morte da paciente.
Fabiana Fernandes de Oliveira, de 35 anos, deu entrada na casa de saúde na noite de domingo (28), com sinais de infarto. No vídeo que está sendo amplamente divulgado, é possível ver pessoas tentando levantá-la. Até mesmo um paciente com um braço engessado tenta socorrer a mulher e nenhum funcionário do HMM aparece na filmagem.
Uma pessoa ligada a Fabiana enviou áudio para uma amiga explicando que o esposo da paciente a levou ao hospital e foi deixar os filhos sob os cuidados de outra pessoa para que ele pudesse voltar ao HMM. Mas nesse ínterim ela morreu. “Ninguém ajudou ela não, mulher, dentro do hospital”, finaliza o áudio.
Leia mais:Há também a informação de que não havia médico na triagem no momento da chegada da paciente. Somente um enfermeiro realizava o procedimento e este não teria iniciado o protocolo de emergência cardiológica. Fabiana recebeu apenas uma pulseira amarela no punho direito, o que indica um problema sério, mas não imediatamente fatal. Só que não foi o caso: ela morreu logo em seguida.
VERSÃO DA PREFEITURA
Procurada pelo CORREIO, a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) emitiu uma nota, alegando que a paciente foi atendida, sendo realizado acesso venoso e administrado medicamento, feito solicitação de exames de laboratório, enzimas cardíacas e eletrocardiograma.
Mas a paciente apresentou desmaio, sendo levada para Sala de Estabilização do Pronto Socorro, com piora do quadro clínico. Acontece, porém, que no vídeo em que a paciente já aparece desmaiada, sendo socorrida por terceiros, não é possível ver nenhuma marca de acesso venoso nos braços dela. Fabiana está apenas – e justamente – com a pulseira amarela no punho direito. Ou seja, possivelmente, ela só recebeu a medicação depois de desmaiada e não antes, como alega a nota oficial.
Ainda segundo a prefeitura, a paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória devido a arritmias cardíacas que foram flagradas durante a intercorrência. Segundo a nota, todos os procedimentos foram feitos.
“A Prefeitura se solidariza com os familiares e enfatiza o compromisso com a ética, a qualidade do atendimento prestado à população e transparência. Inclusive foi solicitada abertura de sindicância para apuração dos fatos”, finaliza a nota oficial do município.
