Correio de Carajás

Paciente em surto psicótico agride filho dentro do HMM

Ao invés de ser contida, mulher foi encaminhada para na delegacia; segundo a polícia, ela não foi internada por falta de leito

Ao chegar à Delegacia da Mulher, mãe apagou após a medicação que lhe foi aplicada

Uma paciente psiquiátrica entrou em surto nas dependências do Hospital Municipal de Marabá na manhã do último sábado, 15, e, agrediu seu filho, de apenas 2 anos de idade, no local. Contudo, ao invés de a equipe da casa de saúde tentar contê-la, eles acionaram a polícia e a paciente foi levada à Delegacia com a roupa do hospital.

A delegada de Polícia Civil que estava no plantão afirma que a iniciativa do acionamento policial foi uma atitude descabida, já que o Conselho Tutelar já havia sido acionado para a medida de proteção de acolhimento institucional ao menor, e é de total responsabilidade do hospital conter a paciente em surto.

“A paciente não se encontrava em estado de saúde mental para lhe atribuir qualquer responsabilidade por suas ações, mesmo não tendo sido apresentado nenhum documento comprobatório da inimputabilidade”, disse a delegada em um comunicado enviado ao Ministério Público do Estado do Pará sobre não abrir nenhum flagrante contra a mulher, que estava incapaz de entender o caráter ilícito do fato.

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A equipe policial acredita que a paciente tenha recebido alguma medicação enquanto estava no HMM, pois ela chegou à delegacia, deitou no chão e dormiu.

A paciente só foi levava de volta à casa de saúde pública porque a assistente social do Ministério Público do Pará foi acionada para fazer a interlocução com o HMM para que a mulher pudesse voltar e passar por avaliação médica-psiquiátrica.

Segundo informações da Polícia Civil, a mulher estava andando sobre a Ponte do Rio Tocantins, com o filho nos braços, quando foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para o HMM.

Em documento, a promotora de Justiça, Jane Cleide Silva Souza, afirma que essa é a segunda vez que a paciente atenta contra a própria vida na ponte, estando com a criança sob seus cuidados, e que possivelmente ela seja usuária de drogas e tenha problemas mentais.

Por fim, a promotora afirma que a paciente está internada sob responsabilidade do poder público e a criança está abrigada no Espaço de Acolhimento Provisório do município.

Ficam os questionamentos. Por que os profissionais de saúde não a internaram? O HMM está realmente sem leitos psiquiátricos? Por que passar a responsabilidade para a polícia? Se é uma paciente conhecida do hospital, por que não acionaram o Conselho Tutelar antes para que a criança fosse retirada da situação de risco?

Nota da prefeitura

Procurada pela Reportagem do CORREIO, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Marabá informou o seguinte: “A Prefeitura vai fazer todo o procedimento de investigação interna e colaborar com as autoridades para esclarecer o acontecido”.

(Da Redação)