O corretor de imóveis e estudante de Direito, Claudenor Peixoto, de 40 anos, procurou o Jornal Correio esta semana para fazer várias denúncias contra o Hospital Municipal de Marabá (HMM), por falta de itens básicos e também por mal atendimento por parte dos profissionais de saúde que lhe atenderam.
Claudenor conta que foi ao HMM na última segunda-feira (3) por conta de um mal-estar que já se estendia por alguns dias. Segundo ele, o atendimento da emergência demorou muito, pois chegou às 16 horas, foi atendido pela médica às 21h15 e só conseguiu ir para casa à meia-noite, após ser medicado. O corretor de imóveis conta que a agulha com a medicação estava soltando do seu braço, pois a enfermeira prendeu com fita e não com esparadrapo, que seria o correto, pois, quando questionada, a enfermeira disse que o hospital não teria disponível esse item, que é um produto básico que é utilizado em vários procedimentos.
Além disso, Claudenor relata que levou um susto quando olhou a sua ficha e percebeu que em um dos três medicamentos receitados para a aplicação estava escrita a sigla “NT”, que segundo ele significa “Não Tem”. “Eu questionei as enfermeiras e um enfermeiro que estava passando, ele disse que não tinha a medicação e que era pra eu ir falar com o médico. Eu falei pras enfermeiras ‘por que vocês não me disseram que não tinham me dado a medicação? Vocês afirmaram que tinham me dado a medicação, isso é uma irresponsabilidade’, elas ficaram caladas, eu disse ‘ok’”, relata.
Na quarta-feira (3) Claudenor voltou à emergência do HMM, pois estava se sentindo mal novamente, e apesar de ser atendido rápido e ser medicado logo em seguida, relatou que a médica de plantão se negou a dar o atestado médico, direito de qualquer cidadão. “Ela disse que tinha um médico que estava trabalhando lá que também estava com virose e que não iria me dar o atestado. Eu disse pra ela que estava perdendo aula na faculdade e como eu iria justificar? Ela disse que têm pacientes que vão lá por atestado. Eu disse pra ela que eu não ficaria lá naquela fila todo aquele tempo por atestado”, relembra.
Claudenor se dirigiu à direção do hospital que o encaminhou a outro médico, que também se negou a dar o documento. “Ele disse que o meu quadro não merece atestado, eu disse pra ele ‘querido, o meu caso não vincula, atestado é um direito meu, se eu tiver mentindo eu vou responder por isso’”, contou o estudante.
RESPOSTA
Procurada pela Reportagem do Jornal Correio a Prefeitura enviou uma nota de esclarecimento, informando que as informações sobre o caso foram repassadas à direção técnica e administrativa do HMM para averiguação sobre o caso do paciente citado.
“Caso haja algum tipo de falha por parte do hospital, essa será apurada e imediatamente corrigida, sendo que se trata de um caso pontual e o HMM conta com equipes constantes de monitoramento e auditagem no atendimento a pacientes tanto ambulatoriais quanto de emergência. Informações preliminares dão conta que o paciente já chegou ao HMM de forma alterada e agredindo a equipe médica, fato que pode ser comprovado pelo monitoramento do hospital”, diz trecho da nota de esclarecimento.
Além disso, segundo a prefeitura, outro ponto que causa dúvida é com relação à entrada e saída. Conforme o próprio prontuário ele ficou pouco mais de 2 horas no hospital, informação que não bate com a história contada pelo paciente.
“O HMM passa por reformulações constantes para atender cada vez melhor cada paciente, humanizando o atendimento e tentando ao máximo amenizar a dor dos usuários locais e de mais de 22 municípios pactuados”, finaliza o documento oficial da Prefeitura de Marabá.
(Adriana Oliveira)