Correio de Carajás

Organização Meteorológica Mundial alerta que 2024 deve ter novo recorde de calor

De acordo com a agência, a tendência de aquecimento do planeta, impulsionada pelo fenômeno El Niño, deverá permanecer neste ano

Foto: Freepik

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) avisou que o ano de 2024 pode bater o recorde de calor ocorrido em 2023 devido ao fenômeno El Niño. De acordo com a OMM, agência das Nações Unidas, a tendência de aquecimento do planeta, impulsionada pelo fenômeno El Niño, que levou em 2023 a temperatura do ar a bater recordes todos os meses entre junho e dezembro, deverá permanecer neste ano.

O El Niño é o aquecimento anômalo das águas superficiais do oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial, afetando o clima global e a circulação geral da atmosfera. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, alertou que este fenômeno meteorológico deverá aumentar ainda mais as temperaturas em 2024. “Uma vez que o El Niño normalmente tem o maior impacto nas temperaturas globais após o seu pico, 2024 poderá ser ainda mais quente”, advertiu.

Já os cientistas da agência norte-americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA, na sigla inglesa), estimam que haja uma probabilidade em cada três de que 2024 seja mais quente do que 2023 e 99% de possibilidade de 2024 ser classificado entre os cinco anos mais quentes desde que há registros. De acordo com a NOAA, a temperatura mundial foi em 2023 mais 1,18ºC da média do século XX.

Leia mais:

Celeste Saulo afirma que será necessário reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta, e acelerar a transição para fontes de energia renováveis. “Não nos podemos dar ao luxo de esperar mais. Já estamos a tomar medidas, mas precisamos fazer mais e rapidamente”, disse a secretária-geral da OMM.

“2023 é apenas um vislumbre do futuro catastrófico que nos espera se não agirmos agora”, avaliou o secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre os dados da OMM.

Segundo a OMM, desde os anos de 1980 que cada década foi mais quente do que a precedente e os nove anos mais quentes ocorreram de 2015 a 2023. A Organização Meteorológica Mundial registrou, tal como o Observatório Copernicus, que o ano passado teve temperaturas excepcionalmente altas à superfície dos oceanos e que o gelo na Antártida registrou níveis mínimos históricos.

O relatório anual da OMM também confirmou que 2023 foi o ano mais quente no mundo desde que há registros, corroborando com o balanço do programa europeu de observação da Terra Copernicus. De acordo com a OMM, a temperatura média mundial em 2023 foi 1,45ºC acima do nível pré-industrial (1850-1900), aproximando-se do limite do aquecimento global de 1,5ºC fixado pelo Acordo Climático de Paris, em 2015. Para o Copernicus, 2023 foi 1,48ºC mais quente desde o período pré-industrial.

(Diário de Pernambuco)