Durante Audiência Pública para demonstração e avaliação das Metas Fiscais do Poder Executivo Municipal, o vereador Márcio do São Félix comparou o orçamento municipal a “uma conta de Tio Patinhas”. Na tribuna, o parlamentar levantou questionamentos a respeito da administração do recurso público, que frequentemente resulta em lucro para os cofres públicos. Segundo o parlamentar, de onde se põe e não se tira, se aumenta.
Realizada na manhã da última terça-feira, 25, a apresentação teve como objetivo demonstrar e dar transparência às metas fiscais referente ao 2º quadrimestre de 2022. Entre os resultados apresentados, Karan El Hajjar, secretário de Planejamento e Controle expos que ao final desses oito meses, a receita que tinha previsão de pouco mais de R$ 1.183 bilhão, chegou à R$ 1.003 bilhão. Já as despesas, que tinham o mesmo valor previsto, fecharam abaixo do esperado, em pouco mais de R$ 761 milhões.
Para Márcio, a sobra do dinheiro em caixa é um reflexo da falta de investimento da gestão. O vereador cita emendas parlamentares que nunca foram aplicadas, mesmo havendo recursos para tal: “É claro que vai sobrar, é fato”. O parlamentar traz à baila os constantes resultados com superávit (excedente), com metas sendo atingidas frequentemente, entretanto, as sobras nas contas públicas não estão sendo investidas em favor da população.
Leia mais:Ao longo de sua fala o vereador pontua, repetidas vezes, que os cofres públicos possuem recurso suficiente para investir em áreas como indústria (e aqui ele cita o turismo, negócios e manufatura), tecnologia e ciência. “Um município, um estado, um país que não investe em pesquisa, não cresce, não tem resultado, ele mostra crescimento financeiro, mas e os demais resultados que a gente precisa?”, questiona.
A aplicação de recursos nessas áreas, na perspectiva do parlamentar, tem o condão de gerar retorno para o município, como empregos, por exemplo, além de dar continuidade no giro da captação recurso. O capital que advém da população deve ser reinvestido para ela, levando em conta que a administração municipal, enquanto empresa pública, não aspira o lucro.
“A gestão tem que olhar para esse tipo de situação”, além disso, Márcio discorre que frutos melhores são decorrentes de uma boa gestão. Marabá, na visão do vereador, não vive uma crise financeira, mas sim administrativa e é nesse âmbito que a governança deve realizar as correções.
Fica, então, o questionamento: se está sobrando dinheiro e ele não está sendo investido, para onde está indo? (Luciana Araújo)