Correio de Carajás

Operação em hotéis de Belém vai combater abusividade de preços, revela PGJ

Ação deve iniciar na tarde da próxima segunda-feira, 4, envolvendo vários órgãos, segundo o procurador geral de Justiça do Estado, em visita à Marabá

Procurador Geral de Justiça, Alexandre Tourinho anuncia operação para frear cobrança abusiva em hotéis de Belém
Por: Ulisses Pompeu e Luciana Araújo
✏️ Atualizado em 01/08/2025 17h27

Em entrevista exclusiva ao CORREIO DE CARAJÁS no final da manhã desta sexta-feira (1º de agosto), o Procurador Geral de Justiça do Pará, Alexandre Tourinho, anunciou que está agendada uma reunião para as 9 horas da próxima segunda-feira (4) para discutir os termos de uma operação emergencial para combater a abusividade nos preços praticados por hotéis de Belém.

A reunião foi agendada com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Ualame Fialho Machado; o secretário de Estado de Justiça, Evandro Garla Pereira da Silva; além dos promotores do Núcleo do Consumidor do MPPA.

“Talvez você seja o primeiro repórter a ter essa informação porque eu marquei isso agora há pouco com o secretário de Segurança, secretário de Justiça o nosso Núcleo do Consumidor. Na segunda-feira, às 9 horas nós estaremos reunidos para, na segunda à tarde, iniciar uma operação de combate à abusividade nos preços dos hotéis”, antecipou o PGJ.

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O Procurador Geral de Justiça veio a Marabá para reunir-se com promotores da região, o que aconteceu na tarde de quinta-feira, 31 de julho, e nesta sexta-feira participou de visita a vários lugares e ao lançamento de um projeto artístico-cultural na sede do Ministério Público na cidade.

PREÇOS AINDA CAROS

A Reportagem do CORREIO simulou a hospedagem em alguns hotéis de Belém para o período da COP 30, entre 10 a 21 de novembro e, também, ficou abismada com o que encontrou. Na Rede Andrade Hangar, hotel localizado no Bairro do Marco, as 11 diárias para um casal no período da Conferência das Partes estão saindo por “suaves” R$ 126.900,00 no Booking, enquanto na Decolar R$ 88.000,00 (com desconto). Ou seja, na primeira opção a diária está sendo cobrada por R$ 11.536,00, um verdadeiro absurdo. Na Decolar, a diária fica a R$ 8.000,00. Mesmo assim, é um valor fora da realidade da Capital paraense, que não tem resorts que ofereça serviços que justifiquem esses valores.

 

ENTENDA O DILEMA

A ação do MPPA e demais órgãos vem em resposta ao anúncio, pelo presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, revelando que países têm pressionado o Brasil a transferir a conferência climática da ONU de Belém para outra cidade por causa do alto preço cobrado pelos hotéis da capital paraense durante o evento, previsto para novembro de 2025.

A declaração foi feita durante um encontro realizado pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).

“Há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”, afirmou Corrêa do Lago.

Os esforços para conter a crise continuam, segundo o embaixador, mas ele avalia que parte do setor hoteleiro ainda não se deu conta da gravidade da situação.

Para Corrêa do Lago, o impasse ganhou outra dimensão após a entrevista do negociador africano Richard Muyungi à agência Reuters, na qual foi revelado que países chegaram a solicitar oficialmente a mudança da conferência para outra cidade.