Correio de Carajás

Operação acha mais de 70 garimpeiros em condição de escravidão no AM

Ação reúne PF, ICMBio, Ministério do Trabalho e MPT. Garimpo em Maués seria 'um dos mais lucrativos da América Latina'; relatos citam 'servidão por dívida' e sem itens de proteção.

Caderno apreendido em área de garimpo ilegal em Maués (AM) — Foto: PF/Divulgação

Uma operação conjunta de órgãos federais encontrou, nesta segunda-feira (29), mais de 70 garimpeiros vivendo em condições análogas à escravidão em uma área de garimpo ilegal em Maués, no sul do Amazonas.

A ação reúne equipes da Polícia Federal, do ICMBio, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho.

Segundo as investigações, essa atividade ilegal em Maués produz mais de 6 quilos de ouro por dia – “um dos garimpos mais lucrativos de toda a América Latina”, de acordo com a PF.

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Ainda segundo a PF, o local pratica o chamado “garimpo de poço” – em que os trabalhadores operam embaixo da terra – sem qualquer equipamento de proteção individual.

O material divulgado pelos investigadores cita ainda casos de servidão por dívida, “evidenciando a exploração desumana dos trabalhadores”.

No local, a PF apreendeu um caderno com anotações sobre supostas compras, ou dívidas, feitas pelos trabalhadores.

A lista inclui cigarros, itens de higiene pessoal, caixas de bombom e até material de saúde básica, como curativos e soro fisiológico. A página tem data do último dia 18.

Caderno apreendido em área de garimpo ilegal em Maués (AM) — Foto: PF/Divulgação
Caderno apreendido em área de garimpo ilegal em Maués (AM) — Foto: PF/Divulgação

Balanço no fim da semana

 

Até a manhã desta quarta-feira (30), os órgãos envolvidos na operação não tinham divulgado os nomes dos responsáveis pelo garimpo ilegal.

O material divulgado também não informa se houve prisões em flagrante, nem quantos dos mais de 70 trabalhadores já foram resgatados.

A operação, chamada de “Mineração Obscura”, começou na última sexta (26) e deve seguir até a próxima sexta (3), quando a PF deve divulgar novo balanço.

(Fonte:G1)