A trágica morte de Crisan César destacou a urgente necessidade de oferecer apoio psicológico à comunidade LGBT, em Marabá. O caso evidenciou não apenas a vulnerabilidade desta população, mas também as falhas contínuas da sociedade marabaense em proporcionar o suporte necessário para aqueles que enfrentam discriminação e rejeição diariamente. É imperativo que ações sejam tomadas para tratar a saúde mental da comunidade e, assim, prevenir futuras tragédias. Pensando nisso, a ONG Viver LGBT foi atrás de parcerias e encontrou dois psicólogos LGBT dispostos a atender esse público gratuitamente..
“Desde muito antes de criar a ONG Viver LGBT, a saúde mental já era identificada como um dos principais desafios para a comunidade em Marabá. O acesso a terapias convencionais e ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é limitado devido aos altos custos e à falta de busca ativa por parte dos profissionais”, afirma a presidente Tayana Marquioro.
REALIDADE
Leia mais:Segundo ela, as pessoas precisam se deslocar até as instalações para buscar ajuda, o que dificulta o acesso, especialmente para indivíduos em situações de vulnerabilidade.
Tayana explica que grande parte do público atendido é composta por estudantes, pessoas desempregadas, em subempregos ou em situação de prostituição. Com diversas nuances socioambientais e econômicas, é crucial considerar esses fatores para alcançar a comunidade que necessita de apoio psicológico.
MUDANÇA
Ela explica que, desde maio, a ONG tem trabalhado para estabelecer parcerias com profissionais interessados em prestar o atendimento. Dois psicólogos, ambos LGBTs e atuantes na cidade, se ofereceram para iniciar os atendimentos. Um deles já possui experiência em atendimento social à população LGBT, adquirida em outra cidade, o que agrega valor ao trabalho da ONG.
Após o anúncio da iniciativa, mais dois profissionais se ofereceram para contribuir, aumentando significativamente a equipe de atendimento. A resposta do público também foi imediata. “Em menos de 24 horas, mais de 30 pessoas se candidataram ao programa de apoio psicológico, mostrando a alta demanda e a necessidade urgente desse tipo de serviço”, comenta a presidente.
MOBILIZAÇÃO
A mobilização começou pela internet, mas a ONG pretende ampliar o alcance para atingir mais pessoas. O foco é atender LGBTs de baixa renda e em vulnerabilidade social e econômica, proporcionando o apoio necessário para enfrentar o sofrimento psicológico decorrente da não aceitação e discriminação em diversos âmbitos da vida.
A presidente ressalta que o objetivo principal é resgatar essas pessoas e preservar vidas, oferecendo apoio psicológico a quem não tem condições de arcar com uma terapia regular ou não tem orientação para iniciar um acompanhamento psiquiátrico.
(Thays Araujo)