Correio de Carajás

OMS anuncia acordo com Israel e Hamas para vacinação em Gaza

Medida ocorre após um bebê contrair a doença, no primeiro caso confirmado em 25 anos no território palestino.

Crianças em campo de refugiados de Gaza — Foto: Omar AL-QATTAA / AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (29) ter chegado a um acordo com Israel e o grupo terrorista Hamas para uma pausa humanitária nos conflitos na Faixa de Gaza para permitir a vacinação de centenas de milhares de crianças contra a poliomelite.

A medida ocorre após um bebê contrair a doença, no primeiro caso confirmado em 25 anos no território palestino.

Descrita como “pausa humanitária”, a campanha de vacinação em Gaza terá três dias de pausa nos combates em três zonas diferentes do território, conforme acordado entre Israel e Hamas, segundo Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos.

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A vacinação começará no domingo (1º) no centro de Gaza. Segundo Peeperkorn, o acordo prevê que as pausas nos combates ocorram entre 6h e 15h, no horário local (de 12h a 21h, no horário de Brasília). Depois, haverá outra pausa de três dias no sul de Gaza e, em seguida, outra no norte de Gaza.
Peeperkorn afirma que o objetivo é vacinar 640.000 crianças menores de 10 anos e que a campanha foi coordenada com as autoridades israelenses. O representante da OMS acredita que podem ser necessários dias adicionais para completar as vacinas.

“Não vou dizer que este é o caminho ideal. Mas este é um caminho viável”, disse Peeperkorn sobre as pausas humanitárias. Mais tarde, ele acrescentou: “Isso vai acontecer e deve acontecer porque temos um acordo.”

Essas pausas humanitárias não são um cessar-fogo entre Israel e o Hamas que os mediadores dos EUA, Egito e Catar têm buscado há muito tempo, inclusive nas negociações em andamento nesta semana.

Um oficial israelense disse que se espera algum tipo de pausa tática para permitir que as vacinas sejam aplicadas. O oficial falou sob condição de anonimato porque o plano ainda não foi finalizado. O exército israelense já anunciou anteriormente pausas limitadas em áreas específicas para permitir operações humanitárias internacionais.

A OMS afirmou que os trabalhadores de saúde precisam vacinar pelo menos 90% das crianças em Gaza para interromper a transmissão da pólio.

A campanha ocorre após Abdel-Rahman Abu El-Jedian, de 10 meses, ter ficado parcialmente paralisado por uma cepa mutada do vírus que pessoas vacinadas eliminam em seus resíduos. O bebê não foi vacinado porque nasceu pouco antes de 7 de outubro, quando os militantes do Hamas atacaram Israel e Israel lançou uma ofensiva retaliatória em Gaza.

Ele é um dos centenas de milhares de crianças que perderam vacinas devido ao combate entre Israel e Hamas.

(Fonte:G1)