📅 Publicado em 13/07/2025 15h02
A primeira noite do Concurso Nacional de Quadrilhas, realizado em Canaã dos Carajás, exaltou com força a cultura nordestina. Coube à junina amapaense Estrela do Norte representar o Norte do país nesse mosaico de cores, ritmos e tradições.
No sábado (12), quem abriu os trabalhos foi a marabaense Arrastão do Amor, seguida pela Junina Explosão Estrelar (PI), Feijão Queimado (MG), Estrela do Norte (AP), Moleka 100 Vergonha (PB), Explode Coração (MA), Arroxa o Nó (DF) e Unidos em Asa Branca (SE).

As apresentações começaram por volta das 19h e se encerraram próximo das 3h da manhã de domingo (13). Apesar do cansaço provocado por quase oito horas de espetáculos, o público foi recompensado com um verdadeiro desfile de coreografias, efeitos especiais, trocas de figurino e cenários surpreendentes.
Leia mais:
Para a equipe do Correio de Carajás, os grandes destaques da noite foram as juninas do Piauí e do Amapá, mas Moleka 100 Vergonha, da Paraíba, também encantou, inovou e sacudiu a plateia.

A piauiense encantou ao abordar a mística do boi-bumbá com três diferentes representações na arena: uma imensa cabeça de boi, boizinhos coloridos feitos de fitas e, por fim, “chapéus” em formato de boi usados pelos cavalheiros. O colorido vibrante do grupo e a trilha sonora animada colocaram o público para vibrar.
Já a amapaense conquistou por manter a energia em 220 volts do início ao fim e por apresentar, de forma primorosa, elementos da cultura nortista. Antes mesmo de começar, o marcador entrou na arena benzendo os tambores e batuques. Repletos de vida, os brincantes dançaram com vigor, visivelmente se divertindo. A plateia respondeu à altura, sustentando a vibração que vinha da arena.

O tema da Quadrilha Moleka 100 Vergonha para 2025 foi “Sob a Luz do Nosso Olhar”. Ele foi apresentado no São João de Campina Grande e, também, foi trazido para o XIX Concurso Nacional de Quadrilhas Juninas da CONFEBRAQ, em Canaã dos Carajás.
A Moleka 100 Vergonha, campeã do Paraíba Junino 2025, estava focada em mostrar a cultura nordestina sob uma nova perspectiva, destacando a força e a beleza da região. A apresentação trouxe a cultura nordestina ao Norte do Brasil com garra, paixão e muito amor pelo que fazem.

O espetáculo “Sob a Luz do Nosso Olhar” é uma produção completa da Moleka 100 Vergonha, com seus próprios figurinos, cenários e estrutura, demonstrando o talento e a dedicação da equipe.
As rainhas de ambas as quadrilhas chamaram atenção pela expressão cênica e simpatia. Os gestos, os rostos, a presença de palco, tudo revelava que elas estavam ali não apenas para competir, mas porque realmente amam o que fazem.

O casal de noivos do Distrito Federal foi um espetáculo à parte. Além de esbanjarem carisma e dominarem a arena com passos coreografados precisos, a química da dupla se destacou como a verdadeira protagonista da apresentação.
No quesito figurino, Arrastão do Amor, Junina Explosão Estrelar, Unidos em Asa Branca e Arroxa o Nó se sobressaíram pela harmonia de cores e pela perfeita representação do tema nas vestes dos brincantes.
Além disso, a Moleka 100 Vergonha e a Unidos em Asa Branca surpreenderam ao apostar em bandas ao vivo. O recurso funcionou especialmente bem para a junina paraibana, que empolgou a plateia com o som pulsante. Já a sergipana acabou enfrentando um contratempo técnico no áudio, que ficou estourado e pouco compreensível, comprometendo parte do brilho da apresentação.

A Moleka também brilhou ao levar à arena recursos dignos de um show cinematográfico: plataformas mecânicas que elevavam os brincantes a grandes alturas, show pirotécnico e canhões de confete que usaram seis cilindros de oxigênio para funcionar quase que de forma intermitente. Tudo isso somado a cenários bem executados, criaram um espetáculo visual de tirar o fôlego.
*Balanço da Arrastão*
Em entrevista ao Correio, Bruno Araújo, produtor e coreógrafo da Arrastão do Amor, contou que o grupo escolheu encarar com leveza a responsabilidade de abrir o Concurso Nacional de Quadrilhas. A pressão, segundo ele, foi convertida em combustível para uma apresentação inesquecível.
“Entregamos o nosso melhor e deixamos a responsabilidade para os outros grupos superarem a nossa apresentação. Acho que é melhor pensar dessa forma do que carregar o peso de abrir um evento”, avalia.

Para Bruno e toda a equipe da Arrastão, a performance em Canaã dos Carajás foi a melhor da temporada. A junina marabaense chegou embalada por conquistas importantes: em 2025, venceu pela primeira vez o concurso municipal de Marabá e, pela terceira vez, levou o título do intermunicipal de Canaã.
Um dos desafios enfrentados foi encarar uma arquibancada ainda quase vazia. No universo junino, a conexão com o público é parte essencial da energia que move os brincantes dentro da arena. Ainda assim, a vibração de quem estava presente fez toda a diferença.
“O pessoal que veio de Marabá apoiar a gente, a nossa torcida, fez o que pôde. Juntou um pessoal aqui de Canaã também, simpatizantes de outras quatro juninas da cidade, e essa energia toda deu pra sentir”, finaliza.
Na noite deste domingo, outras 10 juninas entram na arena para surpreender e encantar o público e, principalmente, os jurados.