Um convite ao autoconhecimento feminino é o que fazem a agrônoma Isabela Ladeira e a engenheira ambiental Marilia Cucolicchio, que chegaram há dois dias em Marabá na Kombi adaptada com a qual percorrem todas regiões do país. Idealizadoras do projeto “Kombosa me Carrega”, que atua junto à agroecologia, elas irão ministrar neste final de semana uma oficina aberta às marabaenses de todas as idades para tratar do corpo enquanto ferramenta política e da saúde da mulher.
Durante os dois dias, elas pretendem dialogar com as mulheres sobre a importância de se começar a luta política a partir do próprio corpo e entendê-lo como primeiro território de resistência, além de resgatar a autonomia na gestão da própria saúde, tratando de anatomia sexual feminina interna e externa, identificação de infecções ginecológicas mais comuns e respectivos tratamentos naturais e do ciclo menstrual.
“Dentro do contexto do trabalho com a mulher camponesa a gente veio pesquisando e estamos com essa oficina da saúde da mulher, que envolve nosso corpo como um todo, passa pela alimentação, passa pela gente resgatar os conhecimentos ancestrais, não medicalizar demais nosso corpo, conhecer os nossos ciclos e disso que vamos estar falando”, afirma Marília.
Leia mais:As duas começaram a desenvolver o projeto em que atual ainda na graduação e, ao término, embarcaram na viagem que tem duração prevista de dois anos. “Durante a graduação, a gente fez parte dos grupos de agroecologia então já vinha trabalhando com agroecologia, com agricultura familiar e movimentos sociais. Quando estávamos prestes a nos formar, começamos a idealizar qual trabalho que a gente gostaria de realizar, seguindo nessa área. Foi quando a gente idealizou viajar pelo Brasil durante dois anos, percorrendo as cinco regiões e registrando, dando visibilidade, às mais diversas experiências com agroecologia que tem espalhadas pelo nosso país”, explica Isabela.
Ainda segundo ela, as duas transportam diversas sementes tradicionais e realizam trocas com os agricultores que encontram durante o percurso. ”O que a gente aprende num lugar troca com outro, vamos fazendo oficinas, fazemos cinema nas comunidades para debater essa questão”, acrescenta Marília. De acordo com ela, a viagem começou traçada pelo Nordeste e seguiu até o Centro Oeste.
“Havia nessa rota alguns pontos por onde a gente queria passar, mas entre um e outro sempre havia uma novidade. Às vezes estamos em um lugar e alguém fala de alguma experiência e aí a gente vai lá”. A kombi utilizada também serve como casa para as duas, sendo equipada com cama, energia solar, cozinha. “A gente se vira em qualquer lugar com ela e ao mesmo tempo é muito bem acolhida pelas pessoas então a gente acaba até nem ficando nela porque todo mundo chama a gente pra ficar nas casas”.
Isabela diz que chegaram ao sul do Pará por considerarem uma região importante no contexto onde o agronegócio tem força e onde hás vários latifúndios. “A agroecologia é agricultura familiar que preza pela diversidade, que planta sem veneno, que tem a questão da visibilidade da mulher e há uma série de fatores que a envolvem, que não é só fazer agricultura, mas sim fazer de uma forma mais cuidadosa e especial”, detalha, afirmando que o fio condutor do trabalho são tanto a agroecologia quando as mulheres.
“A gente não tem a intenção de querer ensinar ou levar coisas é muito mais uma troca e isso depende muito de quem está nos recebendo”. Nas comunidades que as recebem as duas não cobram taxas para as oficinas que ministram. Em Marabá, entretanto, como ela será aberta, as duas pedem a contribuição de R$ 50, sendo que o valor arrecadado é utilizado para custear as despesas da viagem.
“No primeiro ano a gente fez o financiamento colaborativo que foi o que sustentou esse projeto, tanto a transformação da kombi quanto um ano na estrada, era uma vaquinha online e as pessoas que acreditam neste projeto fizeram doação. A gente já completou um ano, esse valor já chegou ao fim e agora, além dos artesanatos que é uma das formas que nos sustenta, estamos procurando parcerias, patrocínios, editais. Fazemos apenas as vendas e cobramos o valor das oficinas para ter uma entrada”, esclarece Isabela.
De Marabá, as duas seguem para o Tocantins e, então, para Minas Gerais, onde esperam chegar a Belo Horizonte até o dia 29 de maio, quando começa o Encontro Nacional de Agroecologia. A oficina tem início hoje, sábado (3), a partir das 9 horas, e será realizada também amanhã, domingo (4), no mesmo horário.
“A ideia é fazer uma abordagem do corpo da mulher, entendendo que é um corpo político e fazer um resgate da ginecologia moderna, entendendo como é nosso ciclo hormonal, entender como essa autoridade médica vem dominando os nossos corpos e como podemos retomar as rédeas e fazer a gestão da nossa própria saúde de forma compartilhada entre mulheres”, destaca Marilia.
As vagas são limitadas em 20 e as inscrições podem ser feitas por telefone e WhatAapp, mediante depósito de metade do valor, no número (19) 9 9659-4527. A conta para o depósito é 81.126-2, agência 0428-6, em nome de Marilia Cucolicchio, no Banco do Brasil. (Luciana Marschall e Ana Bortoletto)
Um convite ao autoconhecimento feminino é o que fazem a agrônoma Isabela Ladeira e a engenheira ambiental Marilia Cucolicchio, que chegaram há dois dias em Marabá na Kombi adaptada com a qual percorrem todas regiões do país. Idealizadoras do projeto “Kombosa me Carrega”, que atua junto à agroecologia, elas irão ministrar neste final de semana uma oficina aberta às marabaenses de todas as idades para tratar do corpo enquanto ferramenta política e da saúde da mulher.
Durante os dois dias, elas pretendem dialogar com as mulheres sobre a importância de se começar a luta política a partir do próprio corpo e entendê-lo como primeiro território de resistência, além de resgatar a autonomia na gestão da própria saúde, tratando de anatomia sexual feminina interna e externa, identificação de infecções ginecológicas mais comuns e respectivos tratamentos naturais e do ciclo menstrual.
“Dentro do contexto do trabalho com a mulher camponesa a gente veio pesquisando e estamos com essa oficina da saúde da mulher, que envolve nosso corpo como um todo, passa pela alimentação, passa pela gente resgatar os conhecimentos ancestrais, não medicalizar demais nosso corpo, conhecer os nossos ciclos e disso que vamos estar falando”, afirma Marília.
As duas começaram a desenvolver o projeto em que atual ainda na graduação e, ao término, embarcaram na viagem que tem duração prevista de dois anos. “Durante a graduação, a gente fez parte dos grupos de agroecologia então já vinha trabalhando com agroecologia, com agricultura familiar e movimentos sociais. Quando estávamos prestes a nos formar, começamos a idealizar qual trabalho que a gente gostaria de realizar, seguindo nessa área. Foi quando a gente idealizou viajar pelo Brasil durante dois anos, percorrendo as cinco regiões e registrando, dando visibilidade, às mais diversas experiências com agroecologia que tem espalhadas pelo nosso país”, explica Isabela.
Ainda segundo ela, as duas transportam diversas sementes tradicionais e realizam trocas com os agricultores que encontram durante o percurso. ”O que a gente aprende num lugar troca com outro, vamos fazendo oficinas, fazemos cinema nas comunidades para debater essa questão”, acrescenta Marília. De acordo com ela, a viagem começou traçada pelo Nordeste e seguiu até o Centro Oeste.
“Havia nessa rota alguns pontos por onde a gente queria passar, mas entre um e outro sempre havia uma novidade. Às vezes estamos em um lugar e alguém fala de alguma experiência e aí a gente vai lá”. A kombi utilizada também serve como casa para as duas, sendo equipada com cama, energia solar, cozinha. “A gente se vira em qualquer lugar com ela e ao mesmo tempo é muito bem acolhida pelas pessoas então a gente acaba até nem ficando nela porque todo mundo chama a gente pra ficar nas casas”.
Isabela diz que chegaram ao sul do Pará por considerarem uma região importante no contexto onde o agronegócio tem força e onde hás vários latifúndios. “A agroecologia é agricultura familiar que preza pela diversidade, que planta sem veneno, que tem a questão da visibilidade da mulher e há uma série de fatores que a envolvem, que não é só fazer agricultura, mas sim fazer de uma forma mais cuidadosa e especial”, detalha, afirmando que o fio condutor do trabalho são tanto a agroecologia quando as mulheres.
“A gente não tem a intenção de querer ensinar ou levar coisas é muito mais uma troca e isso depende muito de quem está nos recebendo”. Nas comunidades que as recebem as duas não cobram taxas para as oficinas que ministram. Em Marabá, entretanto, como ela será aberta, as duas pedem a contribuição de R$ 50, sendo que o valor arrecadado é utilizado para custear as despesas da viagem.
“No primeiro ano a gente fez o financiamento colaborativo que foi o que sustentou esse projeto, tanto a transformação da kombi quanto um ano na estrada, era uma vaquinha online e as pessoas que acreditam neste projeto fizeram doação. A gente já completou um ano, esse valor já chegou ao fim e agora, além dos artesanatos que é uma das formas que nos sustenta, estamos procurando parcerias, patrocínios, editais. Fazemos apenas as vendas e cobramos o valor das oficinas para ter uma entrada”, esclarece Isabela.
De Marabá, as duas seguem para o Tocantins e, então, para Minas Gerais, onde esperam chegar a Belo Horizonte até o dia 29 de maio, quando começa o Encontro Nacional de Agroecologia. A oficina tem início hoje, sábado (3), a partir das 9 horas, e será realizada também amanhã, domingo (4), no mesmo horário.
“A ideia é fazer uma abordagem do corpo da mulher, entendendo que é um corpo político e fazer um resgate da ginecologia moderna, entendendo como é nosso ciclo hormonal, entender como essa autoridade médica vem dominando os nossos corpos e como podemos retomar as rédeas e fazer a gestão da nossa própria saúde de forma compartilhada entre mulheres”, destaca Marilia.
As vagas são limitadas em 20 e as inscrições podem ser feitas por telefone e WhatAapp, mediante depósito de metade do valor, no número (19) 9 9659-4527. A conta para o depósito é 81.126-2, agência 0428-6, em nome de Marilia Cucolicchio, no Banco do Brasil. (Luciana Marschall e Ana Bortoletto)