O jornalista Ednilson Sacramento, autor do livro “Pauta eficiente: como abordar a deficiência na imprensa”, ministrou nesta segunda-feira, 23, em Marabá, a Oficina de Comunicação Inclusiva. O evento reuniu parte de membros da imprensa local e abordou temas como tipos de deficiência, entrevista de pessoas com deficiência, legislação atualizada e terminologias corretas para capacitar comunicadores para uma cobertura mais sensível e inclusiva.
A oficina aconteceu no auditório do Hotel Del Príncipe, das 18h às 21h e foi promovida pela Estação Conhecimento, iniciativa da Fundação Vale. Ednilson trouxe as atualizações legislativas e sua importância para uma cobertura jornalística que respeite e reflita as novas normativas sobre o tema.
A formação, com carga horária de três horas, foi idealizada a partir de sua experiência acadêmica. Ele explica que tudo começou após a conclusão de seu curso de jornalismo na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2017. Embora não contínua, a série de oficinas tem sido realizada em redações e grupos específicos e, segundo o jornalista, o impacto tem sido significativo.
Leia mais:Em entrevista ao Portal Correio de Carajás, Ednilson destaca que, apesar de o jornalismo lidar constantemente com a palavra e a sensibilidade humana, muitas vezes falta aos profissionais uma compreensão mais profunda sobre as questões que envolvem a representação das pessoas com deficiência. “Às vezes, nos esquecemos ou não temos um domínio maior sobre a legislação nova, ou a nomenclatura atualizada”, aponta.
Ele ressalta que o objetivo da oficina é contribuir para que os comunicadores interajam de maneira mais adequada com as pessoas com deficiência, refletindo as mudanças legais e sociais que envolvem o tema.
Um ponto importante discutido durante as formações é a evolução do respeito aos direitos das pessoas com deficiência. Segundo o jornalista, a legislação atual tem ajudado a aumentar essa conscientização, embora ainda haja desafios. “Hoje, você já vê uma reação da sociedade quando ocorre algum caso de discriminação. Antigamente, brincadeiras e termos pejorativos eram comuns, mas agora isso está muito mais controlado”, reconhece.
Ele também destaca que, embora termos como “aleijado”, “surdo-mudo” e “excepcional” ainda possam ser ouvidos, o uso deles tem diminuído à medida que cresce o respeito e a compreensão dos direitos dessas pessoas.
O jornalista finaliza afirmando que o respeito é um passo essencial para garantir a inclusão e que, embora ainda haja muito a ser feito, a oficina é uma oportunidade para jornalistas e comunicadores se atualizarem e refletirem sobre seu papel na construção de uma sociedade mais inclusiva. A oficina busca reforçar o compromisso de trazer informações que, além de corretas, sejam socialmente justas e sensíveis às necessidades das pessoas com deficiência.
Audileide Oliveira, diretora da Estação Conhecimento de Marabá, avalia que foi de extrema importância para a Estação Conhecimento Marabá promover uma oficina sobre Comunicação Inclusiva para os jornalistas de Marabá, com a mediação do jornalista e escritor Ednilson Sacramento. “A Comunicação Inclusiva não só facilita a criação de ambientes mais sociáveis e fortalece relações, como também melhora a eficácia da comunicação e contribui, significativamente, para uma sociedade mais justa e inclusiva. Os veículos de comunicação são canais poderosos para promover a inclusão”, reconhece. (Thays Araujo)