A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quinta-feira (10) uma declaração de que não reconhece a legitimidade do novo mandato de Nicolás Maduro na Venezuela.
A aprovação aconteceu logo após Maduro tomar posse para um novo mandato presidencial, previsto para durar até 2025.
A resolução foi aprovada com 19 votos a favor, seis contrários, oito abstenções e uma ausência. Entre os países que votaram a favor, estão Argentina, Estados Unidos, Colômbia, Chile, Equador, Canadá e Brasil. Venezuela, Nicarágua, Bolívia e alguns países caribenhos votaram contra. Entre os países que se abstiveram, está o México.
Leia mais:A medida é um chamado à “realização de novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo”, afirma o texto.
A sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA foi solicitada pelas missões de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Guatemala, Paraguai e Peru.
A Assembleia Geral da OEA é composta pelas delegações de todos os Estados membros ativos – atualmente, são 34. Cuba não participa.
Eleição contestada
Maduro foi reeleito em maio do ano passado, com quase 70% dos votos, numa eleição que foi boicotada pela oposição, teve alta abstenção e denúncias de fraude.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se recusou a participar do pleito por considerar o processo uma “fraude” para perpetuar Maduro no poder.
Os dois maiores rivais de oposição já estavam impedidos de concorrer: Leopoldo Lopez está preso, e Henrique Capriles foi impedido de se candidatar a qualquer cargo por um período de 15 anos.
Cerca de 20,5 milhões de eleitores estavam registrados para votar, mas o comparecimento foi de 46% do eleitorado, com um total de 8,6 milhões de votos. Foi uma das porcentagens de participação mais baixa da história venezuelana.
Crise
A Venezuela está mergulhada em uma grave crise política e econômica que obrigou 2,3 milhões de pessoas a deixá-la desde 2015, segundo a ONU.
A crise na Venezuela causou escassez de alimentos e medicamentos e, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação em 2019 atingirá 10.000.000%.
(Fonte:G1)