Correio de Carajás

Obra Kolping busca mais apoiadores para manter aulas

Há exatos 30 anos, o Centro Profissionalizante “Pedro Arrupe” (Obra Kolping do Brasil) se dedica à qualificação de jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social em Marabá. No entanto, os desafios têm sido inúmeros na continuação de tão importante trabalho, forçando a comunidade a buscar alternativas para driblar as adversidades e manter o nível dos cursos para os jovens da cidade.

O primeiro desafio da Obra Kolping no município diz respeito a sua própria estrutura. A Reportagem do CORREIO esteve na sede da instituição e pôde comprovar, com sua própria lente, a condição em que se encontra o prédio de três décadas responsável por formar e qualificar para o mercado de trabalho milhares de pessoas.

Por lá, o mato toma conta de alguns espaços, há problemas com climatização de outros, infiltrações e telhado. A direção vai ajeitando aos poucos com reformas pontuais, mas que passam longe da real necessidade de uma reforma geral. Partes da cobertura da entidade se encontram caídas, enquanto o cupim e o lodo destroem o forro auxiliar do lado externo.

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Conforme Andreia Rodrigues de Souza Moura, diretora da entidade, cerca de 320 alunos estão matriculados para cursos de capacitação neste semestre inicial, número que um dia foi bem maior. Outros 120 se encontram inseridos no mercado de trabalho, operando como aprendizes em empreendimentos de diversos segmentos na cidade.

“Diante desses números, mesmo que inferiores na comparação com anos anteriores, se percebe a importância da Obra Kolping para a comunidade local. É justamente por essa razão que nós clamamos por parcerias”, pontua Andreia.

Jovens em conflito com a lei são maioria de matriculados

O centro tem um orçamento mensal que beira os R$ 50 mil, mas, na atualidade, sobrevive quase que milagrosamente de doações de alguns empresários e de pequenos eventos sociais, conseguindo em torno de R$ 10 mil por mês.

“Precisamos de reformas no nosso prédio, de material de limpeza, de material didático, de material de expediente e, sobretudo, de dinheiro para custear nossos projetos, que são voltados para a comunidade”, enumera Andreia.

Recentemente, a instituição firmou uma parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) na elaboração e execução das atividades profissionalizantes, aliança comemorada por Andreia.

A área administrativa é o alvo dos cursos deste primeiro semestre na Obra Kolping de Marabá. Auxiliar administrativo, auxiliar de logística, informática básica e avançada, almoxarifado, entre outros, podem ser encontrados pelo público que se interessar em fazer matrícula.

Para o próximo semestre, garante Andreia, as mulheres podem ganhar cursos de corte e costura por meio de nova parceria que vem aí. “Nós estamos trabalhando para, em breve, possibilitar às guerreiras uma oportunidade de se qualificar nesse ramo”, expõe.

SAIBA MAIS

O Centro “Pedro Arrupe” da Obra Kolping do Brasil foi fundado pelo padre italiano Pedro Colzani em 1989, atua na capacitação para o trabalho e nas áreas social, familiar, religiosa, recreativa e cultural em Marabá. As suas ações são de caráter voluntário, sem fins lucrativos e sem remuneração dos seus dirigentes. (Da Redação)