A obesidade e suas doenças associadas representam um sério problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2014 mais de 1,9 bilhões dos adultos apresentavam sobrepeso, sendo que 600 milhões destes, já eram obesos. Nos países desenvolvidos, estima-se que as despesas médicas relacionadas com a obesidade ultrapassarão 957 bilhões de dólares em 2030.
Foi apresentado na Academia Nacional de Medicina, um trabalho cujo tema foi Obesidade nos pais e Obesidade nos filhos. Segundo os autores Fernando Ornelas, Marcia Aguila e Carlos Madarim, diversos estudos sugerem que a obesidade na idade adulta sofre influência de insultos no período inicial da vida, especialmente durante a gestação e o período de aleitamento.
O processo pelo qual os fatores atuantes no ambiente gestacional exercem efeitos permanentes na estrutura, na fisiologia e no metabolismo do indivíduo na idade adulta é definido como “Programação Metabólica” e é considerado um mecanismo chave para a predisposição da obesidade e de outras doenças crônicas nos filhos de pais obesos.
Leia mais:Mães obesas têm glicose elevada no sangue que é rapidamente transferida para o feto, estimulando a produção exagerada de insulina pelo pâncreas fetal, fator que é apontado como determinante para o desenvolvimento da obesidade e diabetes na vida futura da prole. Isso pode ser facilmente comprovado, uma vez que a prole já nasce com maior percentual de gordura corporal.
Evidências também apontam que a programação metabólica pode ter maior impacto em tecidos de multiplicação celular rápida, como na maturação fetal do sistema nervoso central e de estruturas associadas (hipotálamo, núcleos hipotalâmicos específicos que regulam a ingestão alimentar e o gasto de energia corporal). Como consequência da programação metabólica, há danos no controle do apetite favorecendo a compulsão alimentar e sendo mais um fator para o desenvolvimento da obesidade na prole.
A obesidade materna também ocasiona na prole acúmulo de gotículas de gordura no fígado (esteatose hepática). Embora essa alteração no fígado inicialmente não ofereça grandes riscos à saúde na prole, em longo prazo pode favorecer o aparecimento de doenças mais graves, como a cirrose e o câncer de fígado. Já, a obesidade paterna é capaz de gerar alterações epigenéticas no espermatozoide, que, em longo prazo modificam os genes responsáveis pela formação dos órgãos e do metabolismo dos filhos, favorecendo a obesidade no decorrer da vida.
É consensual que a epigenética, transmissão entre pais e filhos além dos genes, seja o pilar para a transmissão das características paternas aos filhos. A epigenética, diferente da mutação genética, se caracteriza por uma alteração na leitura do material genético, presente no espermatozoide, modificando temporariamente ou não a ação de alguns genes importantes para a formação dos órgãos e do metabolismo na prole.
O estudo denominado Framingham Offspring Study sugeriu que quando o pai é obeso, os filhos e filhas gerados podem apresentar diabetes. Este fenômeno acontece mesmo quando os filhos têm uma alimentação saudável e balanceada após o nascimento.
Em camundongos pais obesos contribuem para alterar os centros reguladores do apetite dos filhotes, causando nestes compulsão alimentar e obesidade. A mãe obesa e o pai obeso afetam independentemente a saúde dos filhos, mas quando os dois progenitores são obesos, as alterações que ocorrem nos filhos são muito mais intensas. Sabe-se que quando ambos os progenitores são obesos há 70% a 80% de risco de os filhos também serem obesos.
A obesidade e suas doenças associadas representam um sério problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2014 mais de 1,9 bilhões dos adultos apresentavam sobrepeso, sendo que 600 milhões destes, já eram obesos. Nos países desenvolvidos, estima-se que as despesas médicas relacionadas com a obesidade ultrapassarão 957 bilhões de dólares em 2030.
Foi apresentado na Academia Nacional de Medicina, um trabalho cujo tema foi Obesidade nos pais e Obesidade nos filhos. Segundo os autores Fernando Ornelas, Marcia Aguila e Carlos Madarim, diversos estudos sugerem que a obesidade na idade adulta sofre influência de insultos no período inicial da vida, especialmente durante a gestação e o período de aleitamento.
O processo pelo qual os fatores atuantes no ambiente gestacional exercem efeitos permanentes na estrutura, na fisiologia e no metabolismo do indivíduo na idade adulta é definido como “Programação Metabólica” e é considerado um mecanismo chave para a predisposição da obesidade e de outras doenças crônicas nos filhos de pais obesos.
Mães obesas têm glicose elevada no sangue que é rapidamente transferida para o feto, estimulando a produção exagerada de insulina pelo pâncreas fetal, fator que é apontado como determinante para o desenvolvimento da obesidade e diabetes na vida futura da prole. Isso pode ser facilmente comprovado, uma vez que a prole já nasce com maior percentual de gordura corporal.
Evidências também apontam que a programação metabólica pode ter maior impacto em tecidos de multiplicação celular rápida, como na maturação fetal do sistema nervoso central e de estruturas associadas (hipotálamo, núcleos hipotalâmicos específicos que regulam a ingestão alimentar e o gasto de energia corporal). Como consequência da programação metabólica, há danos no controle do apetite favorecendo a compulsão alimentar e sendo mais um fator para o desenvolvimento da obesidade na prole.
A obesidade materna também ocasiona na prole acúmulo de gotículas de gordura no fígado (esteatose hepática). Embora essa alteração no fígado inicialmente não ofereça grandes riscos à saúde na prole, em longo prazo pode favorecer o aparecimento de doenças mais graves, como a cirrose e o câncer de fígado. Já, a obesidade paterna é capaz de gerar alterações epigenéticas no espermatozoide, que, em longo prazo modificam os genes responsáveis pela formação dos órgãos e do metabolismo dos filhos, favorecendo a obesidade no decorrer da vida.
É consensual que a epigenética, transmissão entre pais e filhos além dos genes, seja o pilar para a transmissão das características paternas aos filhos. A epigenética, diferente da mutação genética, se caracteriza por uma alteração na leitura do material genético, presente no espermatozoide, modificando temporariamente ou não a ação de alguns genes importantes para a formação dos órgãos e do metabolismo na prole.
O estudo denominado Framingham Offspring Study sugeriu que quando o pai é obeso, os filhos e filhas gerados podem apresentar diabetes. Este fenômeno acontece mesmo quando os filhos têm uma alimentação saudável e balanceada após o nascimento.
Em camundongos pais obesos contribuem para alterar os centros reguladores do apetite dos filhotes, causando nestes compulsão alimentar e obesidade. A mãe obesa e o pai obeso afetam independentemente a saúde dos filhos, mas quando os dois progenitores são obesos, as alterações que ocorrem nos filhos são muito mais intensas. Sabe-se que quando ambos os progenitores são obesos há 70% a 80% de risco de os filhos também serem obesos.