Correio de Carajás

O que se sabe sobre menina vítima de estupro e grávida pela 2ª vez

Menina de 11 anos está grávida de três meses, vítima de estupro. É a segunda vez que a menina fica grávida. Ela deu à luz o bebê da primeira gravidez, e a família também não quer que a gestação atual seja interrompida.

Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) — Foto: Catarina Costa /g1

Uma menina de 11 anos está grávida pela segunda vez, vítima de estupro, em Teresina. A gestação foi descoberta na última sexta-feira (9), quando a criança estava acolhida em um abrigo pelo Conselho Tutelar. O caso foi denunciado para a Polícia Civil, e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) vai investigar.

A criança engravidou pela primeira vez ainda em 2021, há um ano e oito meses, vítima de estupro. A gestação foi levada até o fim, por opção da família.

A família também não pretende solicitar o aborto legal desta segunda gestação, mesmo com a interrupção da gravidez sendo permitida pela justiça em casos de estupro.

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O pai da menina informou que ela não contou quem teria cometido o segundo estupro, que provocou a gravidez atual. Até o momento, não há suspeitos de quem possa ter cometido o crime. O caso foi denunciado na sexta-feira (9) à Polícia Civil, e a investigação deve começar a partir de segunda-feira (12).

Confira, abaixo, o que se sabe e o que falta saber sobre o caso:

  1. Quando aconteceu o estupro?
  2. Quando a gravidez foi descoberta?
  3. Alguém foi preso suspeito pelo estupro?
  4. A menina vai interromper a gravidez?
  5. A menina teve o filho da primeira gestação?
  6. O que diz a Polícia Civil?
  7. Onde está a menina agora?

 

1. Quando aconteceu o estupro?

De acordo com o Conselho Tutelar, o estupro que provocou a segunda gravidez da menina teria acontecido entre junho de 2022. Ainda não se sabe em que lugar ou em quais circunstâncias.

2. Quando a gravidez foi descoberta?

A gravidez atual foi descoberta na sexta-feira, 9 de setembro, pelo Conselho Tutelar. Há cerca de um mês, em agosto, o pai dela teria pedido ao Conselho Tutelar para que levasse a menina para um abrigo junto com o bebê, alegando que a menina estava apresentando mau comportamento.

Durante a estadia no abrigo, a menina teria demonstrado um comportamento diferente, o que levantou a suspeita dos conselheiros. Eles então decidiram levar a menina para fazer exames, entre eles o Beta HCG, que identificou a gestação de 10 semanas e 1 dia naquela data.

3. Alguém foi preso suspeito pelo estupro?

Ninguém foi preso pelos estupros. No segundo crime, conforme o pai da menina, ela não contou quem teria cometido o estupro, que provocou a gravidez atual.

A delegada destacou que já foi apontado um suspeito para o segundo abuso, mas ela preferiu não identificá-lo. Segundo ela, será analisado qual a proximidade do homem com a família e com a vítima.

Quanto ao autor do primeiro estupro, o suspeito era um primo da menina, que foi assassinado meses depois da descoberta da gravidez. Não há ainda informações sobre as circunstâncias da morte. Após isso, o processo foi extinto.

4. A menina vai interromper a gravidez?

O pai da menina informou que a família também não pretende solicitar o aborto legal desta segunda gestação, mesmo sendo permitido pela justiça em casos de estupro.

Logo depois de descobrir a gravidez da menina, na sexta-feira (9), a equipe do Conselho Tutelar a levou de volta para a casa do pai, e aconselharam que eles buscassem a interrupção da gravidez da menina, que é permitida pela Justiça em casos de crimes de estupro. A família então decidiu manter a segunda gravidez da menina.

Considera-se estupro presumido nos casos de vítimas menores de 14 anos, independentemente de consentimento para o ato sexual ou conduta libidinosa. Em casos de estupro, o artigo 128 do Código Penal autoriza a interrupção da gravidez legalmente.

5. A menina teve o filho da primeira gestação?

Sim. O pai da menina informou que a primeira gestação, que aconteceu em 2021, foi levada até o fim por opção da família. A criança engravidou pela primeira vez no início de 2021, há um ano e oito meses, vítima de estupro.

Segundo o pai, um primo da vítima era considerado suspeito de estuprar a menina. Ainda de acordo com o pai, esse primo foi assassinado pouco tempo depois. Não há informações sobre a autoria nem a motivação do homicídio. Após isso, o processo sobre o estupro contra a menina foi extinto.

6. O que diz a Polícia Civil?

O boletim de ocorrência relatando o caso foi registrado pelo Conselho Tutelar na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), no dia 9 de setembro, quando a gravidez foi descoberta.

A delegada Lucivânia Vidal, coordenadora da DPCA, informou que as investigações devem começar nesta segunda-feira (12), com a colheita de depoimentos da menina e de pessoas ligadas a ela.

Serão ouvidos, além dos familiares, pessoas que integram a rede de proteção à menina – como conselheiros tutelares, psicólogos e agentes da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) – que acompanharam o caso à época da primeira gestação.

“Vou ver como foi feito esse inquérito [sobre a primeira gravidez da menina], como está a situação na justiça, e ver como estava vivendo essa criança, dentro de todo o ambiente dela. Porque o segundo estupro é a prova de que ela continuava vulnerável”, disse.

Além da investigação sobre o estupro, a delegada disse ainda que pretende apurar se houve negligência por parte da família ou dos órgãos que foram a rede de proteção, como Conselho Tutelar, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) e outros.

7. Onde está a menina?

A menina e seu bebê foram retirados do abrigo do Conselho Tutelar, onde estavam havia um mês, e retornaram à casa do pai, em Teresina. O pai tem a guarda dela e do bebê. A mãe da menina, divorciada do pai dela, vive em outra casa.

Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semcaspi) a menina ainda nesta segunda-feira (12) será retirada da casa do pai e levada para um novo abrigo, que possa acolher tanto o bebê como a menina gestante. A transferência foi autorizada pela Justiça.

(Fonte:G1)