Dias a dia nos deparamos com propostas e boas notícias sobre como avançar no turismo, elas surgem como se a realidade pudesse ser alterada apenas com uma informação: “Em 2017 a Amazônia será a vitrine do turismo brasileiro”, entre outras, sem que nada mude por aqui. Os problemas, na maior parte das vezes, não são enfrentados de verdade. As soluções são emanadas de Brasília e não chegam às bases e tudo continua como se todos estivessem fazendo os seus papéis. Conhecer o que fazer e querer fazer já ajudaria bastante, mas ainda impera a inoperância das atitudes. Isso acontece nos três níveis de governo.
Falar é até fácil, mas, num sistema sem eficácia e eficiência, vamos seguindo sem saber aonde chegar. A nova era do turismo não chega nunca. A Copa do Mundo e as Olimpíadas eram para impulsionar e consolidar o Brasil como destino turístico, os números continuam os mesmos. O ministro imagina resolver tudo com uma fala, um discurso. Tanta falação cai por terra quando se conhece os bastidores e as pessoas que recebem polpudos contracheques sem a contrapartida de ações, é o custo sem benefícios. Quanto recebe um secretário municipal de turismo? Aliás, esse é o grande problema para os municípios que insistem em colocar pessoas despreparadas, desconhecedoras e descomprometidas que não sabem para que serve um inventário ou calendário cultural ou um atrativo turístico e jamais provocarão qualquer mudança positiva para a cidade. Problemas, problemas, problemas.
O terceiro pior orçamento da União é o do turismo e cai a cada ano que passa (235,9 milhões em 2016) para atender 2.175 municípios inseridos no Mapa do Turismo do ano em questão, parte destes já nem precisam de muita ajuda lá do alto, são municípios com gestão e estrutura consolidada, bastando apenas alguns ajustes locais ou políticas de gestão compartilhada. O mesmo acontece com os governos estaduais, com recursos que não significam investimentos sólidos, apenas custeiam a folha de pagamento, diárias e a participação em feiras de turismo. E as soluções? E os discursos?
Leia mais:O maior problema está nos municípios, pessoas despreparadas e sem autonomia para comprar uma passagem de ônibus não conseguem usar o orçamento anual, sobrando mais recursos para a administração central e outras finalidades. A grana é remanejada e ninguém se importa. A estrutura do sistema parece contribuir para que tudo seja demasiadamente inoperante. De modo geral, o que se destina aos municípios para o turismo representa apenas 0,6 por cento dos recursos públicos, muito pouco. Mas em Marabá temos R$ 1,735 milhão, verba que vem se repetindo a cada nova Lei Orgânica Anual e o pior, nada disso é utilizado em ações de promoção turística.
Para perpetuar a realidade de não se promover o turismo, a cada nova gestão assiste-se à colocação de pessoas para não fazerem nada. Isto ocorre por se escolher pessoas descomprometidas, que não possuem o mínimo de energia realizadora. Iniciamos mais um ano sem abrir o diálogo, muito ruim para quem tem investimentos e trabalha no setor. Muitos secretários não se importam com a falta de um planejamento com a contribuição de uma coletividade e nem com a sujeira na praia, nosso maior cartão postal.
De nada valem as palavras do Ministro ou do Secretário Estadual de Turismo. O problema maior do Brasil são os municípios, que não fazem o seu pacto pelo turismo, não conseguem traduzir sua posição de comando em ação, são pessoas caras para a administração, elas têm grande responsabilidade, mas por não terem a confiança da gestão não articulam seu trabalho por não terem recursos garantidos.
Muitas pessoas não entendem porque as coisas não dão certo. São vários os problemas, entre eles de secretarias que não possuem a menor estrutura de trabalho para arcar com ações em prol da cidade e de 52 segmentos diferentes. Imperam nas gestões municipais leis que precisam de outras complementares e estruturantes. Em Marabá, temos apenas um cargo estabelecido por Lei Municipal, o de Secretário e nada mais. Se houver outros estarão em discordância com a lei e, para funcionar de verdade nesta cidade de 300 mil habitantes, a estrutura teria que existir de forma departamentalizada e com funções delegadas, mas, como diz o dito popular, uma andorinha só não faz verão.
Tudo isto são problemas a serem enfrentados para que a cidade seja preparada para o turismo. Regionalmente, exercemos posição de liderança e preferimos deixar tudo na mesma, sem perspectivas de geração de renda e abertura de postos de trabalhos. O Centro de Convenções de Marabá veio com uma proposta muito boa, tinha a premissa de ser inaugurado em 2014 e já temos quase 13 anos a esperar que a solução venha de Belém, sem considerar que a solução passa por aqui, esse é o problema maior, todo o setor desconjuntado e disperso. Infelizmente estamos indo para frente andando de costas e não podemos cobrar nada e nem oferecer a contrapartida de ações para fazer esse grande empreendimento funcionar.
As ações de preparação para o momento da inauguração já deveriam ter começado desde que se propôs esse projeto grandioso. De lá para cá, as coisas deveriam melhorar, mas ainda não encontraram diálogo dos gestores e empresários. Continuamos sem poder usar os orçamentos, executar a gestão compartilhada. A nossa orla fluvial – o rio e a praia – precisam de ações de conservação e manutenção, a Orla e a Praia do Tucunaré já não são os mesmos de dez ou cinco anos atrás, não acompanharam as necessidades de lazer e divertimento, de atração de visitantes e banhistas. Temos uma praia que não oferece uma programação e mais uma vez não sabemos onde vamos chegar. Damos passos em direção ao incerto e deixamos de lado nossas melhores possibilidades.
Marabá é a Obra Prima do Pará para quem espera um futuro melhor para todos e não é nada para quem aceitou que aqui não se tem turismo. Tudo que temos representa potencialidades, riquezas a serem exploradas, mas insistimos em aguardar a solução de Brasília ou de Belém ou que a chegada de uma indústria venha resolver todos os nossos problemas. As nossas vocações representam o que o setor produtivo pode ter de melhor para atrair e desenvolver negócios. Continuar olhando para o alto e caminhar de costas para frente desperdiçam nosso maior capital, nossas potencialidades, riquezas inoperantes, economias enfraquecidas e povo pobre para sempre. Enfim, o tempo não para e nem espera por ninguém! O que fazer em Marabá? Onde ir?
Dias a dia nos deparamos com propostas e boas notícias sobre como avançar no turismo, elas surgem como se a realidade pudesse ser alterada apenas com uma informação: “Em 2017 a Amazônia será a vitrine do turismo brasileiro”, entre outras, sem que nada mude por aqui. Os problemas, na maior parte das vezes, não são enfrentados de verdade. As soluções são emanadas de Brasília e não chegam às bases e tudo continua como se todos estivessem fazendo os seus papéis. Conhecer o que fazer e querer fazer já ajudaria bastante, mas ainda impera a inoperância das atitudes. Isso acontece nos três níveis de governo.
Falar é até fácil, mas, num sistema sem eficácia e eficiência, vamos seguindo sem saber aonde chegar. A nova era do turismo não chega nunca. A Copa do Mundo e as Olimpíadas eram para impulsionar e consolidar o Brasil como destino turístico, os números continuam os mesmos. O ministro imagina resolver tudo com uma fala, um discurso. Tanta falação cai por terra quando se conhece os bastidores e as pessoas que recebem polpudos contracheques sem a contrapartida de ações, é o custo sem benefícios. Quanto recebe um secretário municipal de turismo? Aliás, esse é o grande problema para os municípios que insistem em colocar pessoas despreparadas, desconhecedoras e descomprometidas que não sabem para que serve um inventário ou calendário cultural ou um atrativo turístico e jamais provocarão qualquer mudança positiva para a cidade. Problemas, problemas, problemas.
O terceiro pior orçamento da União é o do turismo e cai a cada ano que passa (235,9 milhões em 2016) para atender 2.175 municípios inseridos no Mapa do Turismo do ano em questão, parte destes já nem precisam de muita ajuda lá do alto, são municípios com gestão e estrutura consolidada, bastando apenas alguns ajustes locais ou políticas de gestão compartilhada. O mesmo acontece com os governos estaduais, com recursos que não significam investimentos sólidos, apenas custeiam a folha de pagamento, diárias e a participação em feiras de turismo. E as soluções? E os discursos?
O maior problema está nos municípios, pessoas despreparadas e sem autonomia para comprar uma passagem de ônibus não conseguem usar o orçamento anual, sobrando mais recursos para a administração central e outras finalidades. A grana é remanejada e ninguém se importa. A estrutura do sistema parece contribuir para que tudo seja demasiadamente inoperante. De modo geral, o que se destina aos municípios para o turismo representa apenas 0,6 por cento dos recursos públicos, muito pouco. Mas em Marabá temos R$ 1,735 milhão, verba que vem se repetindo a cada nova Lei Orgânica Anual e o pior, nada disso é utilizado em ações de promoção turística.
Para perpetuar a realidade de não se promover o turismo, a cada nova gestão assiste-se à colocação de pessoas para não fazerem nada. Isto ocorre por se escolher pessoas descomprometidas, que não possuem o mínimo de energia realizadora. Iniciamos mais um ano sem abrir o diálogo, muito ruim para quem tem investimentos e trabalha no setor. Muitos secretários não se importam com a falta de um planejamento com a contribuição de uma coletividade e nem com a sujeira na praia, nosso maior cartão postal.
De nada valem as palavras do Ministro ou do Secretário Estadual de Turismo. O problema maior do Brasil são os municípios, que não fazem o seu pacto pelo turismo, não conseguem traduzir sua posição de comando em ação, são pessoas caras para a administração, elas têm grande responsabilidade, mas por não terem a confiança da gestão não articulam seu trabalho por não terem recursos garantidos.
Muitas pessoas não entendem porque as coisas não dão certo. São vários os problemas, entre eles de secretarias que não possuem a menor estrutura de trabalho para arcar com ações em prol da cidade e de 52 segmentos diferentes. Imperam nas gestões municipais leis que precisam de outras complementares e estruturantes. Em Marabá, temos apenas um cargo estabelecido por Lei Municipal, o de Secretário e nada mais. Se houver outros estarão em discordância com a lei e, para funcionar de verdade nesta cidade de 300 mil habitantes, a estrutura teria que existir de forma departamentalizada e com funções delegadas, mas, como diz o dito popular, uma andorinha só não faz verão.
Tudo isto são problemas a serem enfrentados para que a cidade seja preparada para o turismo. Regionalmente, exercemos posição de liderança e preferimos deixar tudo na mesma, sem perspectivas de geração de renda e abertura de postos de trabalhos. O Centro de Convenções de Marabá veio com uma proposta muito boa, tinha a premissa de ser inaugurado em 2014 e já temos quase 13 anos a esperar que a solução venha de Belém, sem considerar que a solução passa por aqui, esse é o problema maior, todo o setor desconjuntado e disperso. Infelizmente estamos indo para frente andando de costas e não podemos cobrar nada e nem oferecer a contrapartida de ações para fazer esse grande empreendimento funcionar.
As ações de preparação para o momento da inauguração já deveriam ter começado desde que se propôs esse projeto grandioso. De lá para cá, as coisas deveriam melhorar, mas ainda não encontraram diálogo dos gestores e empresários. Continuamos sem poder usar os orçamentos, executar a gestão compartilhada. A nossa orla fluvial – o rio e a praia – precisam de ações de conservação e manutenção, a Orla e a Praia do Tucunaré já não são os mesmos de dez ou cinco anos atrás, não acompanharam as necessidades de lazer e divertimento, de atração de visitantes e banhistas. Temos uma praia que não oferece uma programação e mais uma vez não sabemos onde vamos chegar. Damos passos em direção ao incerto e deixamos de lado nossas melhores possibilidades.
Marabá é a Obra Prima do Pará para quem espera um futuro melhor para todos e não é nada para quem aceitou que aqui não se tem turismo. Tudo que temos representa potencialidades, riquezas a serem exploradas, mas insistimos em aguardar a solução de Brasília ou de Belém ou que a chegada de uma indústria venha resolver todos os nossos problemas. As nossas vocações representam o que o setor produtivo pode ter de melhor para atrair e desenvolver negócios. Continuar olhando para o alto e caminhar de costas para frente desperdiçam nosso maior capital, nossas potencialidades, riquezas inoperantes, economias enfraquecidas e povo pobre para sempre. Enfim, o tempo não para e nem espera por ninguém! O que fazer em Marabá? Onde ir?