Correio de Carajás

O marabaense que faz sucesso na construção civil dos Estados Unidos

A trajetória de sucesso de Thiago Chaves na terra de Tio Sam, depois de perder um filho no Brasil

Aos 26 anos, Thiago Chaves se mudou para Nova York e começou a trilhar sua jornada no ramo imobiliário

De gerente de uma marca goiana de arroz a quase um magnata imobiliário, o marabaense Thiago Chaves de Souza, de 38 anos, encontrou sucesso em Nova York após enfrentar perdas devastadoras. Mesmo com uma narrativa repleta de obstáculos pessoais, construiu um império empresarial internacional a partir de uma tragédia familiar e, hoje, representa sua cidade natal nos Estados Unidos e no mundo.

Thiago foi entrevistado pelo programa É De Casa, da Globo, no início de maio deste ano. Na oportunidade, falou sobre sua imigração para os Estados Unidos até a criação da Atrium Constructions, seu negócio próspero que atende Nova York, Nova Jersey, Connecticut e a Flórida, com escritórios em Manhattan, Condado de Westchester e até mesmo em São Paulo.

OBSTÁCULOS À FRENTE

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Mas, o Correio de Carajás entrou em contato com o jovem empresário para saber mais sobre sua história de vida. Na noite desta terça-feira, 21, ele conversou informalmente, também, com o jornalista Patrick Roberto, na série “Marabaenses pelo Mundo”, no Youtube do Portal Correio. À reportagem, disse que a saga começou em Marabá, em novembro de 2012. Gerente do Arroz Tio Jorge, se viu confrontado com o insondável desafio de lidar com a perda de seu filho caçula, Arthur.

Foi um período de luto, afastado do trabalho, buscando se recuperar psicologicamente das feridas. Então, veio o convite para uma nova posição em Goiânia, uma mudança que, embora significativa, seria apenas um prelúdio para o salto monumental que viria mais tarde.

RAÍZES

Mas, sem se esquecer de onde veio, Thiago cita que Marabá é sua cidade do coração: “Continuo tendo contato constante com boa parte das amizades que fiz durante esse período, além da minha família querida que está praticamente toda aí”, diz, citando que é filho de Eliezer Araújo de Souza e Elenice Chaves Souza¸ sua “mãezinha querida”, como prometeu chamar.

Em meados de 2016, o chamado de Nova York mudou sua vida. Uma metamorfose pessoal em uma escala global: da Amazônia Oriental para o agito incansável da Big Apple. Em suas próprias palavras: “Um choque cultural que você só consegue perceber quando vem para morar”.

O marabaense raiz se viu imerso em um novo cosmos, onde as referências da infância pareciam distantes, mas não esquecidas.

O marabaense Thiago é casado com Christielly Pavelich e é pai de João Henrique

CAMINHOS E CONQUISTAS

Questionado sobre a motivação para essa mudança radical, ele explica que foi tanto financeira quanto espiritual. Thiago e sua família buscavam pagar dívidas e, ao mesmo tempo, construir um novo começo, um renascimento que transcenderia fronteiras e limites. Ele descreve essa transição como a encarnação da canção de Belchior, “apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco e vindo do interior”. O sonho americano, entretanto, começou a se moldar em suas habilidosas mãos.

Hoje, aos 38 anos, o marabaense é mais que um imigrante em solo estrangeiro. Ele é o sócio-fundador e diretor comercial do Grupo Atrium, uma empreitada empresarial com grande visão empreendedora. Com escritórios estratégicos em locais como o Rockefeller Center, em Nova York, e agora em Miami, o Grupo Atrium se destaca nas áreas de construção de alto padrão, design arquitetônico e marcenaria requintada.

SUA ESSÊNCIA

No entanto, apesar de sua ascensão meteórica, Marabá nunca deixou de ser o epicentro afetivo de Thiago. É aqui que sua história tem raízes profundas, enraizadas nas memórias da família Resplandes Chaves e Araújo de Souza: “Sinto falta do tacacá, da galinha caipira no tucupi que minha mãe faz, do açaí e do pôr do sol mais lindo do mundo, que é, sem dúvidas, o de Marabá”, assume.

Casado com Christielly Pavelich Gouveia, a quem chama de amor de sua vida, diz ser um pai orgulhoso do João Henrique, atleta de 18 anos.

O marabaense mostra ser mais que um homem de negócios: é o testemunho vivo de uma luta pessoal. Ao recordar seu filho Arthur, ele levanta uma filosofia resiliente: “Mais vale um cachorro vivo do que um leão morto”. Em suas palavras, a dureza do deserto se transformou em esperança, um testemunho da capacidade humana de renascer das cinzas.

(Thays Araujo)