Correio de Carajás

Número de crianças perdidas na Praia do Tucunaré assusta bombeiros e PM

Bastaram três primeiros domingos do Veraneio 2019 para o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar constatarem uma realidade preocupante na Praia do Tucunaré, o principal balneário de Marabá e região. É que há um número não convencional de crianças perdidas na praia, fato que serve de alerta para pais e responsáveis.

O sargento PM Tavares reconheceu, no final da tarde do último domingo, 21, que o número de crianças perdidas na praia cresceu bastante este ano e pede mais cuidado e cautela dos pais e responsáveis que levam as crianças ao balneário para evitar que haja afogamentos ou até mesmo desaparecimento dos incapazes.

Segundo ele, no último sábado foram registradas duas crianças desaparecidas e levadas para a barraca deles e uma no domingo. Já na Barraca dos Bombeiros, o tenente BM Antunes também se mostra preocupado com o grande número de casos de crianças que são encontradas sozinhas na praia, chorando, desacompanhada dos pais. Foram duas no sábado e três no domingo.

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O tenente explica que os bombeiros dispõem de uma pulseira que os pais podem colocar gratuitamente em seus filhos menores, a qual terá a informação sobre nome dos pais e número para contato. Eles podem solicitar assim que chegarem à praia e já levam para a barraca onde ficarão acampados.

Corpo de Bombeiros dispõe de pulseiras gratuitas para ajudar em caso de criança se perder dos pais

Antunes ressalta que os pais ou responsáveis que perdem os filhos em um determinado local estão sujeitos até mesmo à prisão, por abandono de incapaz. Aliás, no último domingo, tenente Antunes gastou mais de cinco minutos passando um sermão daqueles em uma mãe que chegou à barraca dos Bombeiros para resgatar uma menina fofinha que estava ali há cerca de meia hora e que fora encontrada sozinha no meio da multidão “sem pai e sem mãe”.

O Capitão Elton Santos, da Polícia Militar, avaliou que o dia de domingo foi até tranquilo na Praia do Tucunaré, salvo pelas crianças perdidas ao longo do Balneário. Ele avalia que isso acontece, geralmente, porque os responsáveis se distraem. “É preciso ter mais atenção, monitorar os menores o tempo todo. Levamos dez policiais que se deslocaram ao longo da praia e não tivemos nenhum fato de violência, apenas essa preocupação em relação às crianças que somem da presença dos pais”, reforçou.

Carla Soares, que perdeu a filha de dois anos às proximidades da Barraca da Terezinha, disse que foi um momento muito rápido de distração, porque a menina de dois anos brincava de castelinho de areia a cerca de dez metros de onde ela estava e, de repente, desapareceu. “Fiquei com medo que tivesse se afogado e mobilizei várias pessoas para me ajudarem a procurar. Graças a Deus ela foi levada por alguém para a barraca dos bombeiros”, justifica.

Fora das estatísticas oficiais da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, outro número de crianças aumenta a lista de “Perdidos na Praia”. Elas passam despercebidas porque ficam bem acima ou abaixo da barraca das duas forças e em menos de meia hora alguém acaba encontrando os pais e entrega a criança de volta.

Uma estratégia utilizada nas praias da Argentina e em algumas brasileiras para encontrar crianças perdidas é que uma pessoa a coloque nos ombros, e os demais banhistas batam palmas.

“Colocar a criança em um lugar alto é algo lógico, porque ela é pequena, se andar dada a mão dificilmente o pai que está procurando vai vê-la, em cima do ombro a possibilidade de visualização é maior. Se as pessoas também comprarem a ideia e de fato aplaudirem quando a criança for encontrada, vai ajudar muito”, avalia o enfermeiro Josafá Guimarães, que explicou à Reportagem essa ideia que se espalha por algumas praias do País. (Ulisses Pompeu)