Será que nós realmente somos as netas das bruxas que não conseguiram queimar? Essa é uma resposta que o Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre o Fenômeno da Bruxaria (LEIB), poderá responder. O novo grupo de pesquisa da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) se dedicará à compreensão, análise e correlação do fenômeno da bruxaria ao longo da história e em diversas manifestações culturais.
Sob a coordenação dos professores Marcus Reis, especialista em História pela Faculdade de História (FAHIST), Amanda Jacobsen, com experiência em Literaturas e Língua Inglesa na Faculdade de Línguas Estrangeiras e Tradução (FALET) e monitoria de Laura Destefany, acadêmica de letras inglês, o LEIB busca uma abordagem comparativa e intertextual, relacionando os estudos feministas com as representações literárias, cinematográficas e outras formas de expressão ligadas à bruxaria.
Com abordagem online, o grupo já possui 65 inscritos e cerca de 30 alunos já estão participando do laboratório. Segundo os coordenadores, o primeiro seminário já acontece na próxima semana e deve agregar mais interessados.
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Em uma reportagem a este CORREIO, os fundadores contaram que a gênese desse laboratório interdisciplinar surgiu há cerca de quatro anos, quando Amanda Jacobsen, em sua pesquisa sobre a figura da bruxa nas literaturas culturais, entrou em contato com o Marcus, que já realizava pesquisas na área da história, mais especificamente sobre freiras caçadas pela inquisição no século XVI.
Ao se conhecerem virtualmente, perceberam o potencial enriquecedor de combinar seus olhares sobre a temática, considerando suas diferentes abordagens acadêmicas.
Com o passar do tempo e a experiência de ambos na Unifesspa, surgiu a ideia de realizar minicursos, permitindo uma maior aproximação dos alunos entre si e incentivando a discussão interdisciplinar. Eles foram bem recebidos pelos estudantes, e a conexão entre as áreas de conhecimento tornou-se cada vez mais evidente.
Foi assim que o LEIB nasceu, com a proposta de promover uma investigação científica abrangente sobre a bruxaria, focando em gênero e outras questões pertinentes.
PROPÓSITO
O laboratório se destaca por proporcionar um espaço de diálogo e colaboração, possibilitando que os participantes compartilhem suas perspectivas e enriqueçam o debate. Os minicursos não permitiam uma exploração profunda do tema, o que levou o grupo a planejar atividades futuras em formato online, com a intenção de desenvolver estudos mais aprofundados.
Os objetivos do LEIB incluem o acolhimento de diversas variações da temática da bruxaria, desde leituras históricas até as manifestações literárias e cinematográficas contemporâneas. A investigação interdisciplinar visa lançar luz sobre um fenômeno complexo e amplamente estudado ao longo do tempo, mas que ainda guarda muitos segredos e questionamentos.
O trabalho colaborativo entre Amanda, Marcus e Laura pretende proporcionar uma abordagem rica e plural, reunindo perspectivas acadêmicas diversas para uma compreensão mais completa do fenômeno da bruxaria.
O LEIB surge como uma oportunidade para romper com a solidão da pesquisa acadêmica e criar uma comunidade que se dedique ao estudo e seja apaixonado pelo fascinante tema. Com o tempo e o interesse crescente dos participantes, a expectativa é que o laboratório desenvolva pesquisas e projetos de maior fôlego, contribuindo para a ampliação do conhecimento sobre a bruxaria em suas múltiplas dimensões.
Para participar é bem simples: envie um e-mail para laboratoriodabruxaria@gmail.com informando seu nome completo e vínculo institucional. Assim, você ficará por dentro de todos os encontros para discussão, eventos, materiais e qualquer outra informação. (Thays Araujo)