Correio de Carajás

Novas moradias populares em Marabá serão em prédios de 4 andares

Patrícia Capanema, do Plano Diretor, diz que seleção das famílias será via Secretaria de Assistência Social da Prefeitura (SEASPAC)

O projeto de construção de 1.488 unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida, em Marabá, avança com um enfoque estratégico em planejamento urbano e infraestrutura integrada. Sob a coordenação do Plano Diretor Participativo do município, a iniciativa busca não apenas oferecer moradia, mas também assegurar que os novos residenciais sejam parte de um ambiente urbano planejado, com acessibilidade, mobilidade e serviços essenciais já contemplados.

A reportagem do Correio de Carajás conversou nesta segunda-feira (2), com Patrícia Capanema, arquiteta urbanista e coordenadora do Plano Diretor Participativo do município. Em entrevista, ela detalhou as ações em andamento e os desafios do projeto, que foi oficializado nesta segunda-feira (2) com a presença do ministro das Cidades, Jader Filho.

Patrícia aponta que o projeto é uma proposta originada pela Prefeitura de Marabá, que abriu um edital para a seleção de empresas para a construção das moradias. A vencedora do processo de licitação ficou responsável pela execução do projeto, enquanto a prefeitura, em parceria com o governo federal e a Caixa Econômica Federal, está encarregada de fornecer a infraestrutura complementar necessária.

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Segundo a arquiteta, o plano inclui serviços como saúde, educação e transporte, todos sob a responsabilidade do município. Ela esclarece que o projeto continua em fase preliminar, aguardando a apresentação de todos os detalhes pela empresa contratada. Entretanto, algumas ações já estão em andamento. “Já fizemos uma reunião com diversas secretarias e emitimos ofícios para o levantamento das demandas e projetos já em execução, como a construção de escolas e creches no bairro Cidade Jardim, onde parte dos empreendimentos será localizada”, afirma ela.

A preocupação com a mobilidade urbana também foi enfatizada. A Secretaria de Segurança Institucional está realizando estudos para ajustar o transporte público à nova demanda que surgirá com a ocupação dos futuros residenciais. Esses estudos levarão em conta o impacto do aumento populacional e a necessidade de otimizações no sistema de transporte público.

Os novos empreendimentos serão compostos por seis unidades habitacionais de 248 apartamentos cada, todos em condomínios verticais de quatro andares. Patrícia explica que a escolha por edifícios verticais, em vez de horizontais, foi motivada por uma estratégia de melhor aproveitamento do espaço urbano e pela necessidade de atender a um número maior de famílias com menor consumo de terra. “Essa decisão reflete uma releitura do Minha Casa, Minha Vida em âmbito federal, que visa evitar os erros do passado, como a construção de loteamentos em áreas afastadas e desprovidas de infraestrutura, como o caso do Residencial Magalhães”, aponta.

Ainda sobre a localização dos novos condomínios, que serão próximo ao Ypiranga, dentro do Delta Park e no Cidade Jardim, a arquiteta garantiu que os terrenos foram escolhidos de forma estratégica, estando inseridos em bairros já estruturados, embora reconheça que o acesso a esses bairros como um todo ainda apresenta desafios. No entanto, reafirma o compromisso da prefeitura em melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade, quando questionada sobre a longitude destes locais selecionados.

Quanto à acessibilidade das novas unidades habitacionais, Patrícia diz que, embora os detalhes específicos ainda não sejam claros, há a possibilidade de adaptações para pessoas com deficiência, conforme previsto pela legislação. “Os apartamentos térreos, por exemplo, podem ser adequados para abrigar condições de acessibilidade, caso seja requisitado pelos futuros moradores,” explica.

SEASPAC SELECIONARÁ AS FAMÍLIAS

A entrevista também abordou o processo de seleção das famílias que serão beneficiadas pelos novos empreendimentos. Sobre isso, Patrícia menciona que a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura (SEASPAC) será responsável por essa seleção, priorizando aqueles já cadastrados em projetos anteriores do Minha Casa, Minha Vida. Ela aponta que as famílias que enfrentaram problemas nos empreendimentos anteriores, como o Residencial Magalhães, terão prioridade na alocação das novas unidades, buscando resolver situações pendentes e garantir que todos tenham acesso à moradia.

O projeto segue, portanto, em uma fase crítica de ajustes e análises.

(Thays Araujo)