Correio de Carajás

Nova Marabá: Sobram folhas e faltam nomes

Quem é de Marabá já se acostumou, mas quem vem de fora acha estranha a designação dada para as vias da Nova Marabá. São as chamadas VP, VE, VS, que cruzam as famosas “Folhas” e que representam os bairros desse núcleo habitacional. A questão é que não se trata apenas de ser estranho, mas a ausência de nome nas vias e de identificação também pode ser um problema para encontrar endereços e consequentemente dificultam uma boa prestação de serviços, ou até mesmo para que a prefeitura tenha um diagnóstico sobre o perfil dos bairros.

Esse descaso histórico foi provocado porque quando o projeto do núcleo habitacional da Nova Marabá foi concebido e planejado pelo urbanista Joaquim Guedes, da Faculdade de Arquitetura da USP, e estabelecido na década de 1970, o município recebeu toda a planta do governo federal, via Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), com as nomenclaturas técnicas, de Via Principal (VP), Via Especial (VE) e Via Secundária (VS), além das Folhas, que representariam os bairros; as Quadras, que representam os quarteirões; e o lotes que designam a numeração de cada terreno.

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Acontece que, depois disso, nenhuma administração municipal deu continuidade ao processo, encaminhando um projeto para a Câmara Municipal de Marabá (CMM) para nomear e identificar as vias da Nova Marabá, conforme explica o titular da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) de Marabá, Mancipor Oliveira Lopes. “Ainda que ficasse a nomenclatura de Folha para definir o nome dos bairros, mas cada Folha teria suas ruas nomeadas”, explica Mancipor.

Nessas circunstâncias, o marabaense acabou se acostumando com essa história de Folhas e VPs. Em vários casos, porém, isso acaba confundindo muitos marabaenses, devido a dificuldade de se encontrar endereços.

O pior é que, para resolver este problema, não basta apenas criar projetos de lei dando nomes às vias. A tarefa é bem maior do que se pensa. Segundo Mancipor Lopes, da SDU, já existe uma cobrança por parte do Ministério Público, da Agência Brasileira de Correios e Telégrafos e da própria comunidade para que isso se resolva. “Só que a resolução disso não é tão simples como se pensa, por conta da complexidade e do custo, ainda mais neste momento de crise financeira nacional, que diminuiu a arrecadação dos municípios”, argumenta.

Levantamento

De acordo com ele, a atual gestão municipal determinou que seja feito um levantamento com estudo de custo de um projeto de cadastro multifinalitário, que faria o levantamento de todas as ruas e todos os imóveis, mas o custo para isso é de algumas dezenas de milhões de reais.

A boa notícia é que esse tipo de cadastramento pode ser feito com recursos do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), com recursos da Caixa Econômica Federal, que financia até 90% do valor do projeto.

De acordo com Mancipor Lopes, esse cadastro multifinalitário é capaz de atualizar a situação dos imóveis, o que implementa a arrecadação do IPTU e ainda integra as secretarias municipais, porque define quantas casas, estabelecimentos comerciais, terrenos vazios e a população em cada bairro da cidade, assim como a definição de cada unidade familiar. “É uma espécie de senso mais detalhado”, compara.

O superintendente acrescenta que toda a cidade seria mapeada, inclusive identificando atividades em desacordo com a legislação, que estaria funcionando em cada bairro, ou ainda identificando os locais onde poderiam ser implantados postos de saúde, escolas e creches, para evitar erros do passado, como a construção de creches em locais onde não havia demanda.

A partir de tudo isso, seria possível partir para a nominação e identificação das vias da Nova Marabá, o que facilitaria para o morador e para as instituições e empresas que necessitam de facilidade para localização dos endereços.

(Chagas Filho)

 

 

 

Foto: Arquivo

Quem é de Marabá já se acostumou, mas quem vem de fora acha estranha a designação dada para as vias da Nova Marabá. São as chamadas VP, VE, VS, que cruzam as famosas “Folhas” e que representam os bairros desse núcleo habitacional. A questão é que não se trata apenas de ser estranho, mas a ausência de nome nas vias e de identificação também pode ser um problema para encontrar endereços e consequentemente dificultam uma boa prestação de serviços, ou até mesmo para que a prefeitura tenha um diagnóstico sobre o perfil dos bairros.

Esse descaso histórico foi provocado porque quando o projeto do núcleo habitacional da Nova Marabá foi concebido e planejado pelo urbanista Joaquim Guedes, da Faculdade de Arquitetura da USP, e estabelecido na década de 1970, o município recebeu toda a planta do governo federal, via Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), com as nomenclaturas técnicas, de Via Principal (VP), Via Especial (VE) e Via Secundária (VS), além das Folhas, que representariam os bairros; as Quadras, que representam os quarteirões; e o lotes que designam a numeração de cada terreno.

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Acontece que, depois disso, nenhuma administração municipal deu continuidade ao processo, encaminhando um projeto para a Câmara Municipal de Marabá (CMM) para nomear e identificar as vias da Nova Marabá, conforme explica o titular da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) de Marabá, Mancipor Oliveira Lopes. “Ainda que ficasse a nomenclatura de Folha para definir o nome dos bairros, mas cada Folha teria suas ruas nomeadas”, explica Mancipor.

Nessas circunstâncias, o marabaense acabou se acostumando com essa história de Folhas e VPs. Em vários casos, porém, isso acaba confundindo muitos marabaenses, devido a dificuldade de se encontrar endereços.

O pior é que, para resolver este problema, não basta apenas criar projetos de lei dando nomes às vias. A tarefa é bem maior do que se pensa. Segundo Mancipor Lopes, da SDU, já existe uma cobrança por parte do Ministério Público, da Agência Brasileira de Correios e Telégrafos e da própria comunidade para que isso se resolva. “Só que a resolução disso não é tão simples como se pensa, por conta da complexidade e do custo, ainda mais neste momento de crise financeira nacional, que diminuiu a arrecadação dos municípios”, argumenta.

Levantamento

De acordo com ele, a atual gestão municipal determinou que seja feito um levantamento com estudo de custo de um projeto de cadastro multifinalitário, que faria o levantamento de todas as ruas e todos os imóveis, mas o custo para isso é de algumas dezenas de milhões de reais.

A boa notícia é que esse tipo de cadastramento pode ser feito com recursos do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos (PMAT), com recursos da Caixa Econômica Federal, que financia até 90% do valor do projeto.

De acordo com Mancipor Lopes, esse cadastro multifinalitário é capaz de atualizar a situação dos imóveis, o que implementa a arrecadação do IPTU e ainda integra as secretarias municipais, porque define quantas casas, estabelecimentos comerciais, terrenos vazios e a população em cada bairro da cidade, assim como a definição de cada unidade familiar. “É uma espécie de senso mais detalhado”, compara.

O superintendente acrescenta que toda a cidade seria mapeada, inclusive identificando atividades em desacordo com a legislação, que estaria funcionando em cada bairro, ou ainda identificando os locais onde poderiam ser implantados postos de saúde, escolas e creches, para evitar erros do passado, como a construção de creches em locais onde não havia demanda.

A partir de tudo isso, seria possível partir para a nominação e identificação das vias da Nova Marabá, o que facilitaria para o morador e para as instituições e empresas que necessitam de facilidade para localização dos endereços.

(Chagas Filho)

 

 

 

Foto: Arquivo