Correio de Carajás

‘Nomadland’ é grande vencedor, com prêmios de melhor filme, direção e atriz

Longa sobre nômades fez de Chloé Zhao a segunda mulher a ganhar categoria de direção. Anthony Hopkins, Frances McDormand, Daniel Kaluuya e Youn Yuh-jung venceram.

“Nomadland” foi o grande vencedor do Oscar 2021 neste domingo (25), com três prêmios. Drama americano sobre nômades da terceira idade sem emprego ou aposentadoria, venceu o principal prêmio da noite: Melhor filme.

A 93ª cerimônia dos melhores do cinema aconteceu em dois lugares, devido à pandemia de Covid-19: no Dolby Theatre e no Union Station, em Los Angeles.

  • Além do prêmio principal, “Nomadland” também levou dois outros prêmios: Direção, para Chloé Zhao, e Atriz, para Frances McDormand.
  • Com a vitória, Zhao se tornou a segunda mulher a vencer na história da categoria. Antes dela, apenas Kathryn Bigelow havia ganhado, em 2010, com “Guerra ao terror”.
  • Esta edição do Oscar também foi a que mais premiou mulheres, com 17 vitórias;
  • Em noite dividida, seis filmes levaram duas estatuetas cada: “Meu pai”, “Mank”, “Soul”, “Judas e o Messias Negro”, “A voz suprema do blues” e “O som do silêncio”;
  • Anthony Hopkins superou o favoritismo de Chadwick Boseman e venceu como Melhor Ator por seu trabalho em “Meu pai”. Hopkins não apareceu na cerimônia;
  • Daniel Kaluuya e Youn Yuh-jung também foram premiados (veja lista completa abaixo).

    Thomas Vinterberg, diretor dinarmaquês, vence o Oscar de Melhor Filme Internacional com 'Druk' — Foto: Reprodução/Oscar
    Thomas Vinterberg, diretor dinarmaquês, vence o Oscar de Melhor Filme Internacional com ‘Druk’ — Foto: Reprodução/Oscar

    As apresentações musicais do Oscar foram gravadas e exibidas antes da premiação. Assim, sobrou tempo para os vencedores fazerem seus discursos sem interrupção.

    Um dos mais emocionantes da noite foi do diretor Thomas Vinterberg, que levou o prêmio de Melhor Filme Internacional por “Druk – Mais uma rodada”. O dinamarquês se emocionou ao homenagear a filha, que morreu logo antes das filmagens em um acidente de carro.

    “Acabamos fazendo esse filme para ela, é um tributo a ela. É um milagre que acabou de acontecer – e você faz parte desse milagre. Talvez você esteja mexendo os pauzinhos em algum lugar, não sei. Mas este prêmio é para você.”

     

    Ao vencer Melhor Direção, Zhao citou um poema chinês. “Tenho pensado muito ultimamente sobre como continuo a seguir quando as coisas ficam difíceis. Quando eu era criança na China, meu pai e eu costumávamos memorizar textos e poemas clássicos chineses e recitar juntos”, disse.

    “Eu me lembro de um chamado ‘The Three Character Classic’, e ele dizia: ‘As pessoas, ao nascer, são boas’. Essas palavras tinham muito impacto quando eu era criança, e ainda acredito nelas. Sempre achei bondade nas pessoas que conheci – em todos os lugares do mundo. Este Oscar é para qualquer pessoa que tem a coragem de se manter boa e ver o que há de bom nos outros.”

     

    Frances McDormand é uma das produtoras de “Nomadland” e também ganhou prêmio com a vitória na categoria principal. “Por favor, assistam nosso filme na maior tela que vocês puderem”, pediu. Depois, ela ofereceu o Oscar para “os nossos lobos” e terminou o discurso uivando no microfone.

    Em seu discurso como Melhor Atriz, ela disse que sua voz é “sua espada”. “Nossa espada é nosso trabalho. Eu gosto de trabalhar. Muito obrigada por reconhecerem isso”.

    Coadjuvantes e representatividade

    As duas vitórias de atuação coadjuvantes foram para atores não brancos, confirmando um olhar da Academia para mais representatividade na premiação.

    Daniel Kaluuya venceu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por “Judas e o Messias Negro” e sua interpretação do jovem ativista Fred Hampton. Em seu discurso, ele fez uma homenagem a Hampton e ao partido dos Panteras Negras.

    “Que homem. Quão abençoados nós somos por termos vivido uma vida onde ele existiu. Obrigado por sua luz. Ele esteve nesta terra por 21 anos e encontrou uma maneira de dar café da manhã às crianças, educar as crianças, dar assistência médica gratuita, contra todas as probabilidades. Ele me mostrou, ele me ensinou, ele, Huey P. Newton, Bobby Seale, os Panteras Negras, eles me mostraram como me amar, e com esse amor, eles transbordaram para a comunidade negra e outras comunidades.”

    Já o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante foi para Youn Yuh-jung, de “Minari”. Aos 73 anos, ela se tornou a primeira atriz sul-coreana a vencer a premiação.

    Recordes e ineditismos

     

    Mia Neal vence Oscar de melhor maquiagem pelo trabalho em "A Voz Suprema do Blues" — Foto: AP Photo/Chris Pizzello
    Mia Neal vence Oscar de melhor maquiagem pelo trabalho em “A Voz Suprema do Blues” — Foto: AP Photo/Chris Pizzello

    A edição de 2021 foi marcada por alguns recordes e feitos inéditos. Dois deles foram conseguidos pela equipe de “A voz suprema do blues”. Ann Roth, de 89 anos, se tornou a mulher mais velha a ganhar um Oscar após vencer como Melhor Figurino.

    E Mia Neal, Sergio Lopez-Rivera e Jamika Wilson foram os primeiros vencedores negros na categoria de Maquiagem e Cabelo.

    Veja, abaixo, os vencedores do Oscar 2021 em negrito e grifados:

     

    Melhor filme

     

    • “Meu pai”
    • ‘”Judas e o messias negro”
    • “Mank”
    • “Minari”
    • “Nomadland” (vencedor)
    • “Bela vingança”
    • “O som do silêncio”
    • “Os 7 de Chicago”

     

    Melhor atriz

     

    • Viola Davis – “A voz suprema do blues”
    • Andra Day – “Estados Unidos Vs Billie Holiday”
    • Vanessa Kirby – “Pieces of a woman”
    • Frances McDormand – “Nomadland” (vencedora)
    • Carey Mulligan – “Bela vingança”

     

    Melhor ator

     

    • Riz Ahmed – “O som do silêncio”
    • Chadwick Boseman – “A voz suprema do blues”
    • Anthony Hopkins – “Meu pai” (vencedor)
    • Gary Oldman – “Mank”
    • Steve Yeun – “Minari”

     

    Melhor direção

     

    • Thomas Vinterberg – “Druk – Mais uma rodada”
    • David Fincher – “Mank”
    • Lee Isaac Chung – “Minari”
    • Chloé Zhao – “Nomadland” (vencedora)
    • Emerald Fennell – “Bela vingança”

     

    Melhor atriz coadjuvante

     

    • Maria Bakalova – “Borat: fita de cinema seguinte”
    • Glenn Close – “Era uma vez um sonho”
    • Olivia Colman – “Meu pai”
    • Amanda Seyfried – “Mank”
    • Youn Yuh-jung – “Minari” (vencedora)

     

    Melhor ator coadjuvante

     

    • Sacha Baron Cohen – “Os 7 de Chicago”
    • Daniel Kaluuya – “Judas e o messias negro” (vencedor)
    • Leslie Odom Jr. – “Uma noite em Miami”
    • Paul Raci – “O som do silêncio”
    • Lakeith Stanfield – “Judas e o messias negro”

     

    Melhor filme internacional

     

    • “Druk – Mais uma rodada” (Dinamarca) (vencedor)
    • “Shaonian de ni” (Hong Kong)
    • “Collective” (Romênia)
    • “O homem que vendeu sua pele” (Tunísia)
    • “Quo vadis, Aida?” (Bósnia e Herzegovina)

     

    Melhor roteiro adaptado

     

    • “Borat: fita de cinema seguinte”
    • “Meu pai” (vencedor)
    • “Nomadland”
    • “Uma noite em Miami”
    • “O tigre branco”

     

    Roteirista de 'Meu Pai' no Oscar — Foto: Reprodução
    Roteirista de ‘Meu Pai’ no Oscar — Foto: Reprodução

    Melhor roteiro original

     

    • “Judas e o Messias negro”
    • “Minari”
    • “Bela vingança” (vencedor)
    • “O som do silêncio”
    • “Os 7 de Chicago”

     

    Melhor figurino

     

    • “Emma”
    • “A voz suprema do blues” (vencedor)
    • “Mank”
    • “Mulan”
    • “Pinóquio”

    (Fonte:G1)