No Pará, 2,6% dos casos de Covid-19 foram entre crianças de 5 a 11 anos de idade desde o início da pandemia. Foram 16.652 infecções e 16 óbitos até última sexta-feira (7), segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Agora com a autorização para vacinação deste público, o estado aguarda a chegada de doses específicas do imunizante da Pfizer, mas o governo estadual disse que “deve comprá-las caso não ocorra o envio” pelo Ministério da Saúde (MS). O Pará já chegou a comprar 1 milhão de doses para vacinar adultos contra a doença.
Uma das crianças infectadas no Pará pelo SARS-CoV-2 – ou novo coronavírus – foi Samuel Eto’or de Jesus, quando tinha 11 anos de idade.
Leia mais:Ele chegou a ficar internado em estado gravíssimo por 17 dias, sendo que em 9 dias ficou intubado na Unidade de Terpia Intensiva (UTI) do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, no sudoeste do estado.
À época, Samuel chegou ao hospital com 70% do pulmão comprometido e, depois da luta dos profissionais pela recuperação, teve alta no dia 17 de julho de 2020.
Para a infectologista Irna Carneiro, a “imunização das crianças na faixa etária de 5 a 11 anos é essencial para se conseguir a proteção contra Covid-19”.
“O número de ocorrências de casos são significativos entre crianças. É importante lembrar que desde o início da pandemia, já são cerca de 2.500 óbitos de crianças por Covid-19 no país”, ela pontua.
Em relação à Belém, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) disse que vai iniciar a vacinação das crianças de 5 a 11 anos assim que receber as doses da vacina e que o primeiro lote está previsto para chegar ao Brasil no dia 13 de janeiro, “só então será distribuído para os estados e posteriormente às capitais”.
Questionada sobre cronogramas, a Sesma disse que “Belém só poderá estipular cronogramas e estratégias quando souber o quantitativo de doses que receberá, o que tão logo for definido será amplamente divulgado”.
A Sesma informou, ainda, que 141.642 crianças estão aptas a receber a vacina contra a Covid-19 na capital.
‘A vacina não tem contraindicação’, diz infectologista
A infectologista Helena Brígido explica que não há contraindicação para vacinação de crianças e que, como já ocorreu na campanha de imunização da Covid-19, deve haver as prioridades entre o público infantil.
“Não tem por que haver celeuma em cima da vacinação, pois toda criança pode vacinar contra Covid sim, só terão as prioridades, assim como teve na vacina de Covid entre adultos, em que começou com idosos, profissionais de saúde, depois todos os adultos, em qualquer idade, e as grávidas. Agora é com as crianças”.
A especialista lembra que o Ministério da Saúde deve lançar uma lista de prioridade e que a Sociedade Brasileira de Imunizações está acompanhando os avanços.
“Os devem ficar tranquilos, pois existem prioridades, crianças com comorbidades, etc. A dose também deve ser orientada em relação ao quilo de peso, tudo isso ainda deve ser divulgado”, afirma.
Brígido conclui informando em relação ao intervalo de 8 semanas entre a imunização da Covid-19 e o calendário infantil, com outras doenças.
(Fonte:G1)