Correio de Carajás

No Pará, 6 em cada 10 pessoas guardam dinheiro mensalmente, diz Serasa

A pesquisa avaliou o comportamento financeiro dos moradores de todos os estados brasileiros.

Foto: Freepik

No Pará, 6 em cada 10 pessoas costumam guardar dinheiro mensalmente. É o que aponta a pesquisa “Finanças Regionais: as diferenças na relação com o dinheiro entre os Estados do Brasil”, realizada pelo Serasa em parceria com Opinion Box. O desempenho paraense é um pouco menor do que a média nacional apontada pela pesquisa, na qual 7 em cada 10 pessoas (72%) afirmam que fazem ou que já fizeram aplicações mensais em investimentos ou poupança.

Entre os estados da região Norte, o Pará aparece na pesquisa em segundo lugar no ranking atrás do Tocantins (73,70%), Amapá (70,12%), Rondônia (68,45), Roraima (67,46%), Acre (67,33%) e Amazonas (65,63%).

A empreendedora Paula Ferreira, dona de pousada e pizzaria na ilha de Algodoal, no município de Maracanã, Nordeste do Pará, conta que passou a guardar dinheiro por causa da crise enfrentada durante a pandemia. “Eu guardo para me prevenir de intercorrências e também para investir”, afirma. Ela investe em Certificados de Depósito Bancário (CDB) e tesouro direto. “Consigo reservar em torno de 15% da receita mensal. Em alguns meses de alta temporada reservo 20%, como em julho e dezembro. Quando entra (dinheiro em caixa) eu já ponho (na reserva)”, relata entre risos.

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Ela afirma que poupar e investir valem a pena. “O dinheiro fica rendendo e só de saber que está lá me faz dormir mais tranquila”, sempre que ela precisa, saca parte dos investimentos para repor um equipamento quebrado ou suprir as despesas em algum mês de movimento mais fraco nos seus estabelecimentos.

A pesquisa ouviu 336 pessoas no Pará, entre 27 de julho e 1o de setembro deste ano. Entre os motivos principais para quem guarda dinheiro estão a preocupação em não se endividar (44%), economizar para um objetivo futuro (42%) e ter uma reserva de segurança (38%). Além disso, 20% não controlam os gastos, 12% fazem reserva quando necessário, 13% esquecem fazer em alguns meses e 55% fazem todos os meses. No entanto, mesmo fazendo esse controle, 52% não conseguem ou conseguem se planejar apenas parcialmente (29% não conseguem, 23% parcialmente e 48% conseguem).

Nas situações do cotidiano, 21% gastaram mais do que gostariam no mês; 176% já cancelaram um compromisso por não poder pagar; e 13% se arrependeram de um gasto realizado por impulso.

Dicas do economista

“Poupar é o melhor caminho diante das adversidades, principalmente das adversidades econômicas que grande parte dos brasileiros enfrenta”, destaca André Cutrim Carvalho, pós-Doutor em Economia e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele observa que organizar a vida financeira exige planejamento e disciplina. “A pessoa precisa estar ciente de quanto tem de renda, receita para não criar uma dívida desnecessária ou aumentar o seu endividamento, que hoje é um dos principais problemas do país. Isso exige controle de gastos e, acima de tudo, um planejamento para manter a receita equilibrada e, no futuro, gastar com aquilo que a gente verdadeiramente precisa”.

Ele recomenda a poupança como o investimento mais seguro: “Hoje, na realidade de grande parte dos brasileiros, o investimento mais palpável continua sendo a poupança. É um investimento que não valoriza tanto, porém é te mantém precavido de problemas no futuro”. “A partir do momento em que você executa um planejamento, organiza as finanças em cima de uma renda acumulada e de poupança, qualquer problema que você enfrentar, seja adversidade econômica, desemprego momentâneo ou uma pandemia como vivenciamos recentemente”.

Nacional

A pesquisa compara o uso do dinheiro e os hábitos de finanças pessoais nos 27 Estados do país. Os brasileiros que afirmam que nunca guardaram dinheiro para colocar na poupança ou em investimentos somam 28%.

Os moradores de São Paulo são os que mais dizem separar dinheiro mensalmente para investimentos, sendo 76% fizeram em algum momento, 39% dizem que fazem atualmente e 24% dizem que nunca guardam dinheiro para investimentos. Depois deles, os catarinenses e os goianos (ambos com 75%) estão entre os que mais se organizam para investir, seguidos dos mineiros (74%) e tocantinenses (73%). Já os paraibanos, dizem investir pouco (65%), seguidos dos amazonenses (66%), potiguares (66%), maranhenses (66%) e sul-mato-grossenses (67%).

(O Liberal)