O afogamento é a primeira causa de óbito entre crianças de 1 a 4 anos e a segunda causa na faixa etária de 5 a 9 anos. Os dados, que são da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), reforçam a importância do Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento, celebrado nesta terça-feira (25). O Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) utiliza a data para reforçar recomendações preventivas sobre os riscos dos incidentes, para além de períodos de grande movimentação em praias e balneários.
Entre as principais orientações preventivas do major do CBMPA, Abedolins Xavier, que atua no grupo de resgate na praia de Ajuruteua, em Bragança, neste mês, estão: ao chegar ao local de banho, o banhista deve buscar orientações dos guarda vidas quanto aos locais adequados para o banho, pontos de perigo, como de forte correnteza, profundidade elevada, acidentes com animais aquáticos, entre outras informações.
“Os bombeiros atuam de forma preventiva, educativa e quando necessário, em busca do afogado. Orientamos que os banhistas não superestimem a sua habilidade aquática, mantenham a água na altura do umbigo. Eles precisam estar atentos às sinalizações das praias, não devem, de forma alguma, ingerir bebida alcoólica e entrar na água. Quem for com crianças, precisa manter uma distância de segurança adequada (um braço do adulto estendido), porque caso ela afunde, o adulto consegue puxar”, alerta o major Xavier.
Leia mais:O major do CBMPA Leonardo Sarges, especialista em salvamento aquático, ressalta que a população deve aumentar a percepção de risco desse tipo de acidente, priorizar atitudes preventivas e seguir as orientações dos bombeiros. Na Operação Verão, mais de 360 bombeiros estão atuando. Neste mês de julho, foram realizados 77 salvamentos, sendo 46 sem sinais de afogamento e 31 com grau de afogamento no Pará, de acordo com a CBMPA.
“Nossos guarda vidas são qualificados em três pilares de atuação: preparo físico, com atividades aeróbicas e natação; estudo técnico sobre atendimento pré-hospitalar ao afogado, bem como as técnicas de maneabilidade necessárias como abordagem, transporte, flutuação da vítima; além do preparo psicológico para atuar na atividade de salvamento aquático”, pontua.
A farmacêutica Nazaré Fernandes, frequentadora da praia de Ajuruteua, relembra o princípio de afogamento que viveu no Maranhão com o filho no colo, ao ser puxada pela correnteza em um igarapé. Ela já havia participado de treinamento em resgate em água e conseguiu salvar os dois.
“Depois de viver essa situação, reforço a importância de ter as precauções redobradas. Não existe lazer e diversão sem atentar aos riscos para tudo que estamos fazendo. Com água não se brinca. Alerto aos pais e responsáveis que não podemos ser omissos a situações de perigo. Devemos estar sempre atentos, nunca ficar de costas. A presença dos Bombeiros aqui em Bragança me dá mais tranquilidade, entretanto, não podemos negligenciar a nossa parte”, ressalta.
DATA – O Dia Mundial de Prevenção do Afogamento busca lembrar as vidas perdidas para o afogamento visando aumentar o conhecimento sobre segurança dentro e ao redor da água. A OMS recomenda seis medidas baseadas em evidências para prevenir o afogamento: instalação de barreiras que controlam o acesso à água, treinamento em resgate e reanimação, ensinar crianças em idade escolar habilidades básicas de natação e segurança na água, prestação de cuidados diurnos para crianças, estabelecer e fazer cumprir regulamentos no transporte aquático, bem como melhorar a gestão do risco de inundação.
(Agência Pará)