Correio de Carajás

Nigerianos que viajaram 13 dias em leme de navio tinham comida para apenas três, diz PF

Resgatadas em condições 'precárias de saúde', quatro pessoas cruzaram o Atlântico em compartimento de embarcação mercante

Nigerianos são encontrados em casa de leme de navio que ia atracar em porto no ES/ foto: Polícia Federal/Divulgação

Os quatro nigerianos que chegaram, nesta segunda-feira, à costa brasileira escondidos sobre o leme de um navio mercante tinham comida para apenas três dias, segundo a Polícia Federal do Espírito Santo. A viagem, que teve início em Lagos, na Nigéria, durou mais do que triplo disso, tendo eles percorrido cerca de 5, 5 mil km do Oceano Atlântico ao longo de 13 dias.

Nigerianos estavam em condições precárias de saúde

 

Resgatados pelos agentes do Núcleo de Polícia Marítima da PF, os estrangeiros apresentavam “condições precárias de saúde”, de acordo com a corporação. Ainda segundo o órgão, os quatro não traziam documentos de identidade e foram levados para um hotel, enquanto aguardam o retorno a Nigéria.

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Até lá, eles serão mantidos sob custódia da agência marítima responsável pelo navio. Em um vídeo divulgado pela PF, é possível ouvir agentes falando que dois dos estrangeiros não sabem nadar.

Nigerianos estavam em leme de navio

 

Os quatros nigerianos foram detectados no momento em que era feita uma troca de tripulação no navio, que havia parado em águas capixabas. O comandante da embarcação foi avisado e acionou o Núcleo de Polícia Marítima da Polícia Federal.

Agentes da PF foram, então, até o navio e retiraram os estrangeiros da casa de leme, compartimento no qual ficaram ocultos durante o trajeto. “Todos foram resgatados pelo grupamento marítimo da PF em razão de suas condições precárias de saúde, e por motivos humanitários foi autorizado o desembarque condicional“, disse o órgão por meio de nota.

— Os estrangeiros foram conduzidos ao grupamento marítimo da Polícia Federal para identificação e procedimentos administrativos. Eles irão ficar sob custódia da agência mercantil do navio até a devolução compulsória a Nigéria — explica o Delegado Eugenio Ricas, superintendente da Polícia Federal do Espírito Santo.

(Fonte: O Globo)