Correio de Carajás

Neymar diz ter sido traído em investigação da Nike sobre assédio

Jogador diz que nem ele nem funcionária, que diz não conhecer, foram protegidos com atitudes da Nike: "Ironia do destino, continuarei a estampar no meu peito uma marca que me traiu"

O atacante Neymar se manifestou pela primeira vez, na manhã desta sexta-feira, sobre a alegação de que o contrato dele com a Nike foi rompido após uma denúncia de assédio sexual. O jogador do Paris Saint-Germain e da seleção brasileira tratou as afirmações da empresa de material esportivo como absurdas e mentirosas.

O caso foi revelado pelo “Wall Street Journal” na noite da última quinta-feira. Ao jornal norte-americano, a conselheira geral da empresa de materiais esportivos, Hilary Krane, declarou que o rompimento do contrato entre Neymar e Nike veio após o jogador não colaborar com as investigações do caso, que teria ocorrido em 2016.

Em publicação em seu Instagram, Neymar disse que não teve a oportunidade de se defender e que acredita que o tempo “tratá as verdadeiras respostas”.

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A CBF também se manifestou por meio de nota e informou que Juninho Paulista, coordenador da Seleção, teve uma conversa com Neymar na manhã desta sexta. Segundo a entidade, o atacante se mostrou “tranquilo e focado” para os próximos jogos das Eliminatórias, contra Equador e Paraguai.

Segundo o jornal norte-americano, o contrato do jogador com a empresa tinha mais oito anos de duração quando foi encerrado, em setembro do ano passado. O camisa 10 do PSG logo firmou acordo com a Puma, que não comentou sobre o tema. A Nike afirma que o assunto não foi tratado publicamente porque a investigação ainda está em curso.

Ainda de acordo com o “Wall Street Journal”, a funcionária da Nike autora da denúncia afirma que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em seu quarto de hotel em uma viagem do jogador a Nova York. Ela coordenava a logística dos eventos nos quais o atacante participaria.

A íntegra da nota de Neymar:

“Os fatos podem ser distorcidos porque as pessoas os enxergam de ângulos diferentes. Não temos como negar que a vida é assim.

Faz parte!

Até entendo quando alguém faz uma crítica sobre minhas condutas, minha forma de jogar e de viver a vida.

Somos diferentes!

Eu realmente não entendo como uma empresa séria pode distorcer uma relação comercial que está apoiada em documentos. As palavras escritas não podem ser modificadas. Elas sim são muito claras.

Não deixam dúvidas!

Desde os meus 13 anos, quando assinei meu primeiro contrato, sempre fui alertado: não fale sobre os seus contratos! Contratos são sigilosos!

Contrariar essa regra e afirmar que o meu contrato foi encerrado porque não contribuí de boa-fé com uma investigação isso é absurdo, mentiroso. Mais uma vez sou advertido que não posso comentar em público.

Indignado vou obedecer!

Mas a matéria do WSL é muito clara. Em 2016 parece que já sabiam desse acontecimento. Eu não sabia!

Em 2017 viajei novamente para os EUA para campanha publicitária, com as mesmas pessoas, nada me contaram, nada mudou!

Em 2017, 2018, 2019 fizemos viagens, campanhas, inúmeras sessões de gravação. E nada me contaram.

Um assunto com tamanha gravidade e nada fizeram.

Quem são os verdadeiros responsáveis?

Não me deram a oportunidade de me defender. Não me deram a oportunidade de saber quem é essa pessoa que se sentiu ofendida. Eu nem a conheço. Nunca tive nenhum relacionamento. Não tive sequer oportunidade de conversar, saber os reais motivos da sua dor. Essa pessoa, uma funcionária, não foi protegida. Eu, um atleta patrocinado, não fui protegido.

Até quando?

Ironia do destino continuarei a estampar no meu peito uma marca que me traiu.

Essa é a vida!

Sigo firme e forte acreditando que o tempo, sempre esse cruel tempo, trará as verdadeiras respostas.

Fé em Deus!”

Manifestação da NJR Sports:

“É importante esclarecer que os reais e verdadeiros fatos são totalmente dissociados da afirmação prestada. Não obstante todas as inverdades relatadas, não apresentaremos, por ora, os documentos que revelam a forma de encerramento do contrato, por questões óbvias de estrito sigilo e confidencialidade, em total observância aos princípios éticos e de governança corporativa que devem nortear a conduta de uma companhia. As medidas cabíveis estão sendo adotadas”.

(Fonte:G1)