Correio de Carajás

Nem apagão tira o brilho do “Brilho da Noite”, boi campeão em Marabá

Ao deixar a arena neste sábado, 29, o grupo celebrou uma vitória aguardada desde 2015, acumulando agora cinco títulos

Boi-bumbá Brilho da noite não era campeão há nove anos. Agora é pentacampeão marabaense

Desculpe a redundância do título, leitor, mas ele foi usado propositalmente para enfatizar a saga do Boi-bumbá Brilho da Noite, o terceiro colocado na classificatória durante uma semana de batalha noturna e que ainda sofreu com um apagão do microfone e iluminação da arena junina na noite deste sábado, 29, que o fez encerrar a apresentação de forma antecipada.

Apesar disso, na apuração final, os coordenadores, brincantes e torcida puderam comemorar o título de campeão de 2024, ficando à frente dos outros seis bois concorrentes, que também tiveram bela apresentação no 37° Festejo Junino de Marabá.

Ao deixar a arena neste sábado, o grupo celebrou uma vitória aguardada desde 2015, acumulando agora cinco títulos. Além do Brilho da Noite, o Boi-Bumbá Estrela Dalva foi vice-campeão, e o Flor do Campo garantiu o terceiro lugar.

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Darcival de Moraes, um dos organizadores do Brilho da Noite, emocionado, compartilhou sua alegria com o CORREIO DE CARAJÁS. “Buscamos isso há muito tempo, não tem como não se emocionar. Esse troféu não é nosso, é de toda a comunidade”, compartilha.

Pajé foi um dos destaques individuais, com duas trocas de indumentária dentro da arena

Jakeline Salazar, a Cunhãporanga do Brilho da Noite, reflete sobre a trajetória do boi. “É emocionante ver essa torcida por onde ele passa. Onde nós vamos as pessoas levantam a bandeira do Boi Brilho da Noite”, compartilha Jakeline.

Há 28 anos, ela participa do grupo, inicialmente como índia, e em 2009, assumiu o papel de Cunhãporanga. Além de dançar, ela também é coreógrafa e artesã, responsável por confeccionar as fantasias do grupo, contando sempre com o apoio da família.

Torcida vibra ao ser anunciado o resultado final com o Brilho da Noite Campeão

A apresentação do grupo, com marujada, índias e brincantes, ofereceu um espetáculo inesquecível, encantando o público com coreografias e indumentárias deslumbrantes.

Mesmo enfrentando uma falha de energia, o Brilho da Noite não se deixou abalar. A performance arrebatadora levou a plateia ao delírio, que respondeu com cânticos de “É campeão”, ajudou na iluminação com seus celulares, intensificando a competição.

O grupo obteve notas máximas em originalidade, indumentária, evolução e inovação, se consagrando na noite de esplendor.

Pajé foi um dos destaques individuais, com duas trocas de indumentária dentro da arena

ESTRELA DALVA: O ALERTA DA AMAZÔNIA É VICE-CAMPEÃO

O Boi-Bumbá Estrela Dalva, com a temática “O Grito da Amazônia”, conquistou a segunda colocação. Surgido de uma conversa entre amigos, o grupo hoje reúne crianças, jovens e idosos.

A apresentação, marcada por fogos e luzes, destacou a figura da mãe natureza, representada pela Arara Azul, e a inovadora Cunhãporanga, Camila Almeida, que encantou ao cantar e dançar sua própria toada ao entrar na arena.

Camila Almeida, ao seguir os passos de sua mãe na representação da personagem, compartilhou sua satisfação: “Estou seguindo o legado da minha mãe, que por muito tempo deu vida à personagem. Ela parou e eu fiquei no lugar dela”.

Glaubson Brito, representante do Estrela Dalva, expressou euforia com a segunda colocação, reafirmando o compromisso de voltar ainda mais forte no próximo ano.

“A sensação é de estar recebendo o primeiro lugar. Foram dias de muito trabalho e luta, ano que vem tem mais”, avisa.

FLOR DO CAMPO É BRONZE

O Boi-Bumbá Flor do Campo, com temática “Marabá é minha terra”, foi classificado em terceiro lugar e encerrou sua participação com uma apresentação vibrante e colorida. O “Furacão Vermelho” foi ovacionado, especialmente pela entrada do boi adornado de flores e chifres que lançavam fogo, iluminando a arena.

José Rodrigues, o “Zé do Boi”, parabenizou os vencedores e refletiu sobre a importância de continuar: “Já senti a emoção de ser campeão, mesmo que não levamos o primeiro lugar este ano, a vida continua. Vamos permanecer com as apresentações, só vai parar quando eu morrer”.

A dedicação e a paixão pelo Boi-Bumbá seguem vivas, celebrando a cultura e a tradição cultural de Marabá. A programação encerrou por volta de 2h30, com centenas de pessoas na arena (Milla Andrade)