A multivalente Nara Bandeira é uma jornalista que soma duas décadas de relevância profissional no Pará. Experiente, foi produtora de TV, repórter e apresentadora de um dos telejornais mais importantes do estado. Disruptiva, a comunicadora fez uma transição do jornalismo tradicional para as novas formas de comunicação digital, o que lhe permite aplicar seus conhecimentos em projetos inovadores e de relevância ambiental.
No Dia do Jornalista, celebrado nesta segunda-feira, 7 de abril, o Portal Correio de Carajás compartilha uma entrevista com a comunicadora, que acredite, nunca imaginou seguir os passos da família na comunicação.
Ela foi criada em um ambiente onde o rádio e o jornalismo estavam sempre presentes – com um tio cantor e radialista, o pai, a mãe e um tio jornalistas – ela tinha um outro sonho: formar-se na área de biológicas. No entanto, o destino a levou para o curso de Jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Leia mais:Antes mesmo de concluir a graduação, a jornalista foi contratada para integrar a assessoria de comunicação da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), um dos primeiros passos de uma carreira promissora.
Todavia, Nara confidencia ao Correio de Carajás que o maior desafio ao cursar jornalismo foi a maternidade. Ela estava grávida da primeira filha, Clara Bandeira, hoje com 22 anos, quando passou no vestibular.

A importância do jornalismo local
Nara Bandeira destaca a importância do jornalismo local, tanto para quem faz, quanto para a população, entretanto, pontua os desafios, como a falta de investimentos, a precarização das condições de trabalho e a baixa remuneração, aliadas ao não acompanhamento das inovações tecnológicas, dificultando a produção de reportagens aprofundadas. “Isso reflete na audiência”, reconhece.
Nara acredita no potencial dos jornalistas da região, que, embora conheçam profundamente a Amazônia, muitas vezes não conseguem espaço para explorar a fundo temas relevantes.
“Precisamos fortalecer o jornalismo local para que os profissionais consigam demonstrar todo o potencial que têm. O jornalista profissional tem papel fundamental no momento que estamos vivendo. Pelo preparo que temos para combater notícias falsas, por exemplo. Precisamos ocupar espaços com informação séria, bem apurada”, afirma.
A comunicadora cita que o jornalismo está passando por uma transição midiática, onde veículos tradicionais perderam espaço e audiência em consequência da democratização da informação cada vez maior por meio da internet. “As pessoas consomem e, também produzem informação facilmente. Penso que nós, profissionais, precisamos ocupar espaços”.
Novos desafios
Nara se encontra em um momento especial da carreira. Ela está à frente da comunicação da Jornada COP +, ao mesmo tempo, lidera um projeto de jornalismo ambiental na Amazônia Vox.
“Estou à frente da comunicação da Jornada, com a missão de levar informações de qualidade ao grande público sobre essa discussão tão importante para o mundo. Uma missão muito relevante como comunicadora. Também estou à frente de um projeto do Amazônia Vox, de jornalismo ambiental, colocando em prática o que tenho estudado ao longo dos anos.”
COP 30
Em novembro deste ano Belém sediará a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30). Para Nara, a COP será muito importante.
“Será um momento importante de decisões sobre o futuro da humanidade. Os jornalistas precisam se debruçar sobre o assunto, estudar os temas, acompanhar. Já estamos recebendo a imprensa do mundo todo, mas temos a vantagem de estar aqui, conhecer de perto. A COP não é sobre a Amazônia, mas, por ser aqui, nos coloca no foco, inclusive em relação aos nossos problemas”, pontua.
Conselhos
Aos recém-formados, Nara dá um conselho valioso: “Estudem, leiam, tenham experiências. Não tenham medo do trabalho. Cada função na comunicação é importante”.
Trajetória
Nara Bandeira iniciou a jornada profissional em Belém ao começar como produtora na TV Liberal, depois na Record, onde se destacou como repórter, e, por último, no SBT, sempre se empenhando em evoluir e abraçar novas funções. Ao longo da carreira, Nara viveu momentos marcantes, como a atuação como repórter de rede e repórter nacional, sendo responsável por coberturas relevantes, algumas inclusive fora do Estado.
(Theíza Cristine)