A deputada federal Tereza Cristina(DEM-MS), futura ministra da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta segunda-feira (19) à rádio CBN que não é parceira da JBS e que não concedeu benefícios fiscais à empresa.
Segundo reportagem publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” neste domingo (18), a deputada concedeu incentivos fiscais à empresa JBS quando era secretária do agronegócio de Mato Grosso do Sul (MS), ao mesmo tempo em que mantinha um negócio pecuário com o grupo. A deputada divulgou uma nota para esclarecer as informações (íntegra ao final da reportagem).
“Matéria foi feita de maneira a levar as pessoas a entenderem que existe uma negociação não republicana e isso não é verdade. São assuntos separados e diferentes”, disse a deputada à rádio CBN.
Leia mais:“Eu não sou parceira da JBS. Minha família tem um confinamento e este confinamento lá trás, em 2009, houve uma parceria pecuária que é uma maneira de fazer negócio dentro da pecuária absolutamente normal e que foi feita com essa empresa que é a maior empresa de carnes”, explicou a deputada. Segundo a deputada, o contrato com a JBS com negócio da sua família era para engorda de bois.
Sobre ter supostamente concedido benefício fiscal à empresa quando era secretária de MS, Tereza Cristina afirmou que o benefício era “normal” e que foi concedido pelo governo do estado e não por sua pasta diretamente.
“Não havia concessão [de benefício] a JBS a esta época [em que a empresa de sua família tinha contrato para engorda de bois com a JBS]. Muito depois, a JBS comprou a empresa Seara quando teve uma crise profunda, uma crise econômica no país, e a Seara foi vendida à JBS, e foi concedido pelo governo do estado, da qual eu era secretaria, um benefício fiscal a empresa assim como a várias outras que se instalaram no estado. Que, aliás, era uma política da época e é ainda hoje, de se dar benefícios a empresas que se instalaram no estado. E foi dado um benefício normal. Eu não dava benefício fiscal. Quem dava benefício era o governo. Minha pasta recebia o pedido e isso era encaminhado para um conselho”, explicou a deputada.
Ainda de acordo com a futura ministra, ela nunca recebeu doação da empresa de maneira direta. “Nunca recebi doação da JBS de maneira direta. E se tivesse recebido teria sido também diretamente de maneira normal. Eu recebi através do partido, o MDB”, afirmou.
Neste domingo (18), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu sua futura ministra da Agricultura. Questionado sobre o assunto durante visita a uma competição de jiu-jítsu no Rio de Janeiro, Bolsonaro respondeu: “Eu também sou réu e daí? Tenho que renunciar ao meu mandato?”. Ele responde a uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro.
E continuou: “Afinal de contas eu sou uma pessoa, um ser humano, que posso errar. E qualquer um ministro que tiver uma acusação grave e for aprovada nós vamos tomar uma providência. No momento, ela goza de toda confiança nossa.”
Íntegra da nota da deputada Tereza Cristina
A deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) traz esclarecimento sobre a matéria intitulada “Parceira da JBS, ministra deu incentivos fiscais à empresa em MS”, do jornal Folha de São Paulo, deste domingo (18):
1. A deputada nunca recebeu doação direta do grupo JBS para sua campanha. O recurso foi transferido via coligação partidária e aprovado pela Justiça Eleitoral;
3. Em 2009, a mãe da parlamentar estabeleceu contrato de parceria pecuária na exploração de um confinamento com a empresa JBS. No ano seguinte, em função de seu falecimento, o contrato passou à gestão de Tereza Cristina, na qualidade de inventariante de um condomínio de cinco irmãos;
4. Quanto aos incentivos fiscais assinados à época em que ocupava a secretaria de Agricultura do Estado, a deputada cumpriu a legislação vigente e atuou em conformidade com as políticas de governo estabelecidos à época. Cabe ressaltar ainda, que medidas fiscais são de competência também da Secretaria de Fazenda do Estado e do Governo, não apenas da Agricultura, como sugere a matéria.
Assessoria de Imprensa FPA