O filme Não Olhe Para Cima, lançado na última sexta-feira, 24, se popularizou nas redes sociais desde sua estreia na Netflix. Assumindo a primeira posição do Top 10 na plataforma de streaming no Brasil, o longa conta a história de dois astrônomos que descobrem a existência de um cometa vindo em direção à Terra. Para evitar uma catástrofe e a extinção humana, os cientistas decidem alertar a população, que desacredita do perigo iminente.
Sob a direção de Adam McKay, a produção cinematográfica de 2 horas e 18 minutos possui um elenco de peso como Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep e Chris Evans. Categorizado como comédia, o longa possui tom satírico e traz fortes críticas a eventos reais, como o negacionismo e o papel da mídia e do governo diante à emergências.
Não Olhe Para Cima: 5 curiosidades sobre o filme
1. O roteiro pré-pandemia
Em entrevista ao The New York Times, o diretor Adam McKay disse que escreveu o roteiro do filme em parceria com David Sikora, antes do início da pandemia, e ficou surpreso ao perceber o enredo se tornar realidade. O diretor ainda afirmou ter acrescentado mais elementos satíricos ao observar posicionamentos e decisões da política norte-americana no combate à Covid-19. Além de eventos reais, McKay revelou que uma cena do filme de ação ‘Tubarão’, lançado em 1975, foi a inspiração inicial para o longa.
2. Inspiração para a personagem de Meryl Streep
No filme, a atriz Meryl Streep interpreta o papel da presidente dos EUA. Sua personalidade, no entanto, foi moldada por meio de uma mistura de diversos chefes de Estados americano, com foco no ex-presidente Donald Trump, que durante a pandemia criticou a China, minimizou a mortalidade da doença e defendeu tratamentos sem comprovação científica, além de negar a problemática do aquecimento global.
“Eu tirei um pouco de cada um, então você tem uma espécie de terno vazio performativo de Reagan. Tem o vendedor de carros usados de Bill Clinton e tem o perigosamente subqualificado George W Bush. E então temos – eu votei nele, mas vamos encarar os fatos, Barack Obama, que é terrivelmente tranquilo e confortável com muito dinheiro. E por fim, é claro, o narcisismo descontrolado de Trump”, disse McKay ao The New York Times.
3. Crítica social do Não Olhe Para Cima
Não Olhe Para Cima está repleto de crítica social. No longa, apenas os dois astrônomos Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence) acreditavam na existência do asteroide. Sendo assim, todo os outros personagens que não levaram a ameaça a sério fazem referência aos negacionistas que ignoram dados científicos sobre temas como a emergência climática e a pandemia de covid-19.
A crítica também se estende a política e a imprensa, que ignoram o assunto e o colocam em segundo plano – a presidente fictícia está ocupada se livrando de um escândalo e a imprensa americana, ao divulgar a notícia, não recebe o engajamento aguardado, sendo assim, desistem de dar importância ao fato.
4. A escolha do nome do Não olhe para cima
O nome do filme Don’t look up (Não olhe para cima) se refere a uma campanha lançada pelo Governo dos EUA fictício, em contraposição à campanha Just look up (Olhe para cima), lançada pelos cientistas quando finalmente o cometa se torna visível a olho nu.
Alguns internautas apontaram a campanha do Governo americano no filme como uma crítica ao negacionismo, já que mesmo diante das evidências se recusam a acreditar que o asteroide está prestes a atingir a Terra. Trazendo para a realidade, compararam a cena a uma parcela da população que acredita na eficiência da Cloroquina no combate à Covid-19 e as fake news.
5. Cena do Não Olhe Para Cima é comparada a um acontecimento no telejornalismo brasileiro
Alguns espectadores apontaram semelhanças entre uma cena do filme e um acontecimento real do telejornalismo brasileiro – quando a bióloga Natália Pasternak se exaltou no Jornal da Cultura. No longa, a cientista Kate repreende os jornalistas que a entrevistam sobre o asteroide, devido ao tom leve e bem humorado que os apresentadores tentam abordar o assunto. No entanto, essa é apenas uma suposição.
(Fonte: O POVO)