Na última segunda-feira (17), seis carros que estavam sob incumbência do vigário paroquial de Eldorado do Carajás, Zeno Rodrigo de Aguiar, pegaram fogo no município de São João do Araguaia. A situação gerou grande repercussão em grupos de WhatsApp, e uma fake news se espalhou desinformando que o incêndio teria sido intencional e provocado por pessoas do Movimento Sem-Terra (MST) reforma agrária ou teria sido crime político.
O fato ocorreu por volta de 15h30, quando o padre, um seminarista e cinco freiras da comunidade Sacratíssimo Coração de Jesus, que retornavam de um retiro no assentamento Castanhal Araras, estacionaram os veículos em uma área de mata e atravessaram o rio Tocantins de lancha para confraternizarem na Ilha do Ronca.
Em uma entrevista à TV Correio, o pároco Zeno contou estar no local orando, almoçando e jogando futebol, quando em determinado momento duas freiras perceberam as chamas vindo da área onde estavam os carros e, rapidamente, todos atravessaram de volta para tentar apagar o fogo que consumiu todos os carros, dando perda total em quatro dos seis automóveis.
Leia mais:“Jogamos água e terra para tentar conter as chamas, mas conseguimos salvar apenas dois”, relatou. Um vídeo desse instante foi gravado e bastante divulgado pelo WhatsApp, juntamente com a falsa informação de que vândalos ligados ao MST e à reforma agrária teriam ateado fogo nos carros do padre em Eldorado do Carajás, contraditando a real situação. Além disso, mensagens também foram diversamente compartilhadas atrelando o suposto ato criminoso ao fato de os automóveis estarem adesivados com apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
O padre relatou que foi um grande susto e fez um apelo: “É muito importante buscar a verdade antes de divulgarmos uma situação que pode prejudicar inúmeras pessoas, inclusive instituições ou movimentos”.
A Diocese de Marabá também esclareceu a situação através de uma nota, em que assegurou que o boletim de ocorrência foi feito e reforçou as causas do acontecido, descartando a hipótese de que tenha sido a ação de qualquer movimento social ou perseguição à igreja.
A Polícia Civil, por meio do superintendente regional Vinícius Cardoso, se posicionou dizendo que o indicativo inicial é de um acidente. “Apesar de ser muito prematuro para dizer com precisão, tudo indica que foi um incêndio acidental. O fogo deve ter se iniciado na pastagem, como é muito comum nesta época do ano, e se alastrou até os carros”, disse o delegado.
Mas, apesar disso, ele assegura que o caso está sendo devidamente investigado, com trabalho pericial, para as conclusões finais. (Thays Araujo, Chagas Filho com apoio de TV Correio)