Correio de Carajás

‘Não a abandonei’, diz guia sobre brasileira que morreu ao cair em trilha

A família de Juliana Marins informou que ela morreu ao cair em trilha de vulcão, na Indonésia. Resgate só chegou até ela no quarto dia de buscas

Juliana Marins foi encontrada morta - (crédito: Instagram/Reprodução )

O guia que acompanhava Juliana Marins pela trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, negou ter abandonado a brasileira antes de ela cair em uma ribanceira, na última sexta-feira (20/6). A família da jovem anunciou, nesta terça-feira (24/6), que a equipe de resgate chegou até ela após quatro dias de buscas. No entanto, ela foi encontrada morta.

“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz o texto publicado nas redes sociais.

Em entrevista ao jornal O GLOBO, o guia Ali Musthofa contou que aconselhou Juliana a parar para descansar, enquanto o resto do grupo seguia a trilha. No entanto, ele afirma que esperou pouco à frente do local onde ela parou. Segundo o profissional, ele ficou apenas “três minutos” à frente de Juliana e voltou para procurá-la ao estranhar a demora da brasileira para chegar ao ponto de encontro.

Leia mais:

“Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela. Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna em um barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Eu disse que iria ajudá-la. Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda”, afirmou.

O guia também relatou que ligou para a empresa em que trabalha pedindo para acionar o resgate. “Liguei para a organização onde trabalho, pois não era possível ajudar a uma profundidade de cerca de 150 metros sem equipamentos de segurança. Eles deram informações sobre a queda de Juliana para a equipe de resgate e, após a equipe ter conhecimento das informações, correu para ajudar e preparar o equipamento necessário para o resgate”, declarou.

O profissional faz trilhas com turistas na região uma vez por semana, desde novembro de 2023. Ele contou que prestou depoimento à polícia no domingo, quando desceu da montanha.

Juliana caiu em uma ribanceira na última sexta-feira. Ela passou quatro dias na encosta, sem água, comida ou abrigo. Seis equipes de resgate atuavam nas buscas. Somente na segunda-feira os bombeiros conseguiram alcançá-la, entre 2.600 e 3.000 metros de altitude. A causa da morte ainda será determinada pelas autoridades locais.

Juliana era natural de Niterói, no Rio de Janeiro, e atuava como publicitária. Era apaixonada por viagens e esportes ao ar livre e fazia um mochilão pelo Sudeste Asiático desde fevereiro deste ano. Durante a viagem, ela passou pelas Filipinas, Tailândia e Vietnã.

Após o acidente, a brasileira não fez contato com a família diretamente, por falta de sinal. As informações chegaram até o Brasil por meio de um grupo de turistas que também fazia a trilha e conseguiu acionar pessoas próximas à vítima por meio de uma rede social. A família acompanhava tudo do Brasil e fazia atualizações diárias em um perfil criado para atualizar o caso.

(Fonte: Correio Brazilense)