Correio de Carajás

Na COP, Alckmin defende fim da dependência de combustível fóssil

Para o vice, compromisso da COP30 deve ser a elaboração de mapa do caminho para a transição energética e o fim do desmatamento ilegal. Em Belém, Alckmin abriu sessão ministerial do evento climático.

Foto: Aline Massuca/COP30
✏️ Atualizado em 17/11/2025 14h33

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira (17) triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030 para o fim do que chamou de “dependência de combustíveis fósseis”.

Alckmin deu as declarações durante discurso na COP30, em Belém (PA), no dia em que a Petrobras anunciou a descoberta de petróleo de alta qualidade em uma área do pós-sal na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro.

“Na aceleração da transição energética, para sair da dependência dos combustíveis fósseis, a meta é triplicar a energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030”, afirmou o vice-presidente ao abrir a sessão ministerial do evento climático.

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“Essa data está logo ali, mas os dados mostram que a capacidade renovável hoje ainda é a metade do que seria necessário para alcançar a meta”, completou.

Alckmin também disse que o “compromisso” da COP30 deve ser a elaboração de um mapa do caminho para a transição energética e o fim do desmatamento ilegal.

🗺️ 🛣️ ENTENDA O TERMO: “Mapa do caminho” ou roadmap (em inglês) é o termo usado em negociações internacionais para designar planos de ação que estabelecem etapas, prazos e metas concretas rumo a um objetivo comum. Na prática, trata-se de um roteiro político e técnico que define “quem faz o quê, até quando e com quais recursos”.

O mapa do caminho defendido por Alckmin, além do fim da dependência de combustíveis fósseis e do desmatamento ilegal, deve prever, de forma integrada:

  1. valorização das florestas, especialmente com foco na sócio-bioeconomia, e na a recuperação de áreas degradadas;
  2. a promoção da cooperação entre governos, empresas e comunidades locais. “Somente em um ‘mutirão’ lograremos mudar mentes e realidades”, afirmou Alckmin.

 

Financiamento climático

 

No discurso, o vice-presidente do Brasil defendeu a iniciativa brasileira do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).

🔎O TFFF aplica a lógica de mercado ao financiamento climático. O fundo pretende captar cerca de US$ 125 bilhões em investimentos privados.

💵Esse capital será reinvestido em projetos com maior taxa de retorno, e a diferença entre o que é pago aos investidores e o que é obtido nessas aplicações (o chamado spread) será destinada a remunerar financeiramente países que preservam suas florestas tropicais, de forma proporcional à área conservada.

Para o ministro da Indústria, o “tempo das promessas já passou” e os líderes presentes na COP30 devem ter “senso de urgência”.

“Nosso dever é garantir que a ação climática global seja guiada pela ética da responsabilidade, unindo ciência, solidariedade, progresso e dignidade […]. O tempo de agir é agora”, concluiu Alckmin.

 

(Fonte:G1)