Correio de Carajás

Museu Francisco Coelho inaugura hoje até com holograma de indígena

Bastante aguardada pela comunidade, acontece logo mais a inauguração do Museu Municipal Francisco Coelho, equipamento dedicado à preservação da história de uma Marabá rica em memórias. Devido à pandemia, o acesso para o ato de descerramento da placa de implantação será apenas para autoridades e colaboradores envolvidos no projeto. Nem mesmo a imprensa poderá cobrir o momento. A cerimônia será transmitida pela prefeitura nos canais digitais.

Instalado no Palacete Augusto Dias, prédio que tem 81 anos de existência, o museu foi projetado por especialistas em diferentes áreas e agrega elementos da história centenária de Marabá. Ao mesmo tempo, a nova geografia do espaço proporciona ao visitante uma experiência tecnológica. Passagem por dentro de um rio virtual e contato com o holograma de um indígena são exemplos da conexão entre passado e futuro.

Um rigoroso protocolo sanitário foi desenvolvido a fim de garantir segurança nas visitações, que começarão a acontecer na próxima terça-feira (11). Uma equipe ficará à entrada para controlar o acesso e outra garantirá que todos entrem de máscara. Álcool em gel será oferecido aos visitantes.

Leia mais:

Ao chegar ao museu, o visitante é saudado por uma revoada de pássaros finalizados com fibra de miriti. Neste ínterim, enormes painéis postos nas paredes da instalação retratam a história de um município que sofreu transformações profundas ao longo das décadas. Prova disso está na linha do tempo que narra os pormenores da concepção de Marabá enquanto polo regional.

Marlon Prado, presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, se diz emocionado. “Uma grande equipe, com profissionais de várias áreas, foi responsável pela construção desse equipamento público que agora está sendo entregue pela Prefeitura de Marabá, contando com recursos da Vale e apoio do Ministério Público do Estado do Pará”, destaca ele.

Já a diretora do museu, Wânia Gomes, adianta que o espaço contará com uma lojinha de produtos com temática regional para oferecer aos visitantes que quiserem levar uma lembrança, além do “Café do Seu Chico”, que ficará aberto durante boa parte do dia e da noite para oferecer uma experiência de convivência personalizada, com lanches, cafezinho e outros itens.

Outra novidade é a instalação, no prédio, de um elevador para permitir o acesso de cadeirantes ao segundo piso. Ele foi construído do lado de fora, posto que o palacete é tombado como Patrimônio e não poderia sofrer tamanha transformação estrutural. As etiquetas informativas na porta de cada sala também recebem informações em braile para contemplar visitantes cegos e de baixa visão.

SAIBA MAIS

O Palacete Augusto Dias, localizado em frente à Praça Duque de Caxias, foi construído na administração do prefeito Augusto de Figueiredo Dias, iniciando em 1936 e sendo inaugurado em 1939. Ele foi projetado para abrigar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de secretarias municipais.

Com a transferência da prefeitura para a nova sede, na Folha 31, Nova Marabá, na década de 1970, o espaço passou a comportar apenas a Câmara Municipal e o Fórum, este último transferido, posteriormente, para sua sede própria, na Folha 30, Nova Marabá.

Na administração do prefeito Haroldo Bezerra, em 1993, o Palacete Augusto Dias foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal, no dia 5 de abril, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico.

Quando iniciaram as discussões sobre a construção de uma nova sede para o Poder Legislativo, em meados da década de 2000, o vereador Miguel Gomes Filho, como presidente da Câmara Municipal, apresentou um Anteprojeto de Lei para transformação do prédio do Palacete Augusto Dias em Museu Municipal.

Em dezembro de 2010, a CMM foi transferida para a nova sede, na Agrópolis do Incra, e a partir de então começou a ser elaborado um projeto para restauro do prédio, por meio de parceria com a mineradora Vale.

As obras iniciaram na gestão anterior, mas acabaram sendo paralisadas em função de desalinhamento com a empresa vencedora da licitação. Em 2017, porém, a parceria com a Vale foi recuperada, o que permitiu a continuidade do projeto, sob a gestão da Fundação Casa da Cultura de Marabá. O Ministério Público Estadual também contribuiu.

Assim que as obras de restauro foram concluídas, uma licitação foi realizada para aquisição de mobília e o trabalho museológico de todos os espaços do Palacete Augusto Dias. E, enfim, é chegado o dia tão esperado. Você acompanha cada detalhe do evento na edição de amanhã do Jornal CORREIO e nas redes do Correio de Carajás na internet. (Da Redação)